O Governo diz que os 231 doentes oncológicos que, de acordo com o relatório do Tribunal de Contas, faleceram sem terem sido operados correspondem a uma diminuição em relação a anos anteriores.
O relatório do Tribunal de Contas afirma que nos doentes com doença oncológica, 8621 doentes, quase 20%, foram operados para além do tempo que seria recomendável "e que "a capacidade de resposta dos hospitais do SNS na doença oncológica deteriorou-se face a 2014, anos em que o incumprimento havia sido de 16%".
De acordo com os números do secretário de Estado Manuel Delgado, os números "entre 2010 e 2015 estiveram sempre a subir. Em 2015 registaram-se 360 óbitos e em 2016, menos 30"
O Governo detalha ainda que 27 por cento dos utentes falecidos "estavam inscritos para cataratas" e que, por isso, a espera "nada teve que ver com a causa da morte".
"Cerca de 70 por cento destes óbitos estavam dentro dos tempos de espera garantidos", garantiu o secretário de Estado da Saúde.
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De acordo com os dados do executivo, foram melhorados os tempos de espera em relação aos "episódios mais graves" (de cancro).
Durante a audição no Parlamento, o ministro da Saúde convidou o regulador e o Tribunal de Contas (TdC) a "alargarem e aprofundarem" as avaliações ao SNS, em relação a outros anos.
O ministro Adalberto Campos Fernandes rejeitou qualquer ordem, limitando-se a dizer que aos organismos que tutela apenas foi pedido o cumprimento do programa do Governo e que zelassem pelo "rigor e transparência no acesso".
Em relação aos reparos do TdC, o ministro sublinhou que "o problema não só não é novo, arrasta-se há ais de 15 anos", e que o atual Governo está " a fazer tudo para o resolver, com meios próprios e externos".
Esta manhã, foram ainda ouvidos, no Parlamento, a presidente da Administração Central dos Sistemas de Saúde (ACSS), Marta Temido que negou qualquer limpeza de utentes das listas de espera, alegando erros devido a dificuldades informáticas; e o Presidente do Tribunal de Contas que embora reconheça que este tipo de "limpezas administrativas são práticas correntes", sublinhou que a informação fornecida carece de fiabilidade e não é real".