A maioria dos portugueses lê-os quando faz compras, mas não sabe ou tem muitas dificuldades em perceber os rótulos alimentares.
A conclusão é de um estudo que será divulgado neste Dia Mundial da Alimentação e feito para a Direção Geral de Saúde (DGS) com o apoio e financiamento da Organização Mundial de Saúde (OMS).
O diretor do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da DGS adianta à TSF que o trabalho revela que 51,3% dos portugueses diz ler os rótulos de produtos alimentares no momento da compra e uma grande maioria dá-lhe muita importância, sobretudo nos produtos para crianças, cereais de pequeno-almoço e refeições pré-embaladas.
No entanto, quando se passa daquilo que leem para aquilo que, de facto, percebem a conclusão é mais preocupante.
Pedro Graça acrescenta que 40% dos inquiridos não compreendiam nada da informação nutricional básica escrita nas embalagens para fazer escolhas alimentares saudáveis, havendo ainda muitos outros com muita dificuldade em fazer bem essa interpretação.
Quem mais precisa é quem menos percebe
Outra conclusão preocupante para os especialistas é que a população mais carenciada, que mais necessidade tem de escolher bem (e barato) aquilo que come, é a que menos compreende e interpreta bem os rótulos das embalagens.
Para solucionar estes problemas, a maioria dos entrevistados defendeu a utilização de cores na frente da embalagem e a harmonização dos formatos da rotulagem para facilitar a interpretação, algo que é defendido há vários anos pela DGS. Medidas contestadas pela indústria alimentar e que, no entanto, nunca avançaram não ganhando a força de lei.
Sabe mesmo interpretar os rótulos dos alimentos?
Para quem não sabe ou tem dúvidas de como interpretar os rótulos dos alimentos, a DGS tem disponível, há dois anos, um site com um pequeno guia (que pode guardar ou imprimir) para usar no dia-dia.
Os quadros, com cores, que apresentamos nesta notícia, ajudam a compreender os níveis ideias ou maus de gordura, sal ou açúcar.
Os "descodificadores de rótulos", como lhe chama a DGS, baseiam-se nas recomendações do Departamento da Saúde do Ministério da Saúde do Reino Unido.
