Homens têm cada vez menos espermatozóides

A contagem de espermatozóides mostra um declínio de mais de 50% em menos de 40 anos em homens nos Estados Unidos, Europa, Austrália e Nova Zelândia.

Os homens dos Estados Unidos, Europa, Austrália e Nova Zelândia estão a perder espermatozóides, um problema de saúde pública que está a preocupar e muito os investigadores, porque pode pôr em causa a reprodução humana.

A equipa internacional de investigadores fez uma análise a mais de 180 estudos publicados ao longo de 38 anos, que incidem na contagem de espermatozóides em homens nos Estados Unidos, Europa, Austrália e Nova Zelândia.

O alerta vermelho surge quando os investigadores comparam os dados de homens destes países e de outros locais como África, Ásia e América do Sul.

A contagem de espermatozóides mostra um declínio de mais de 50% em menos de 40 anos. É uma diminuição perigosa afirmam os especialistas e não mostra sinais de abrandamento.

O estudo liderado por um investigador da Universidade Hebraica de Jerusalém e divulgado pela agência Reuters sugere que o fenómeno pode estar relacionado com o estilo de vida da sociedade moderna,
com o stress, o tabaco, a obesidade e a exposição a pesticidas ao longo da vida.

O epidemiologista Hagai Levine explicou à BBC que se não existir uma mudança no estilo de vida, a reprodução humana pode estar em causa. O investigador admite que o problema pode levar mesmo ao fim da espécie humana.

Em declarações ao jornal Público, a equipa pede uma ação urgente por parte de investigadores e autoridades de saúde pública para perceber e prevenir a evolução desta tendência.

A presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina de Reprodução refere que o fenómeno "é preocupante" mas não surpreende. Ana Teresa Santos afirma que o estudo "é mais um alerta para que as pessoas se consciencializem que é importante mudar os hábitos de vida a nível individual, para promover a própria fertilidade individual, e também enquanto responsabilidade da nossa sociedade".

Ana Teresa Santos defende que se nada for feito, "daqui a algumas gerações a reprodução será um fenómeno excecional". A presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina de Reprodução espera que o estudo sirva de alerta à população em geral e aos "decisores que podem intervir para proibir muitos tóxicos que, de uma forma insidiosa, vêm contribuir para alterar a função reprodutiva", acrescentando que "há há algumas diretivas europeias nesse sentido mas não são suficientes".

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