Na comissão parlamentar de Saúde, esta quarta-feira, Vítor Caldeira foi questionado sobre o relatório da última auditoria ao acesso dos utentes ao Serviço Nacional de Saúde, que aponta para maiores tempos de espera para consultas e cirurgias bem como para uma limpeza administrativa de doentes que falseia os dados
O responsável do Tribunal de Contas considerou que os dados não são rigorosos nem refletem a realidade, mas destacou que "falsear não significa falsificar".
Vítor Caldeira propõe que "possa haver um mecanismo de verificação regular externa que assegure que a informação é fiável".
Vítor Caldeira revelou aos deputados que ficou claro que a cada ciclo de três anos o número de doentes em espera para consultas diminui, sendo uma realidade há vários anos.
"É uma prática que identificámos. Não aconteceu apenas em 2016, as operações de limpeza são uma prática", referiu o presidente do Tribunal de Contas, ouvido a propósito do relatório da recente auditoria ao acesso ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).
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Vítor Caldeira afirmou, em reposta a questões dos deputados, que o Tribunal não tentou saber se houve ou não orientação política para se proceder a uma eliminação administrativa de doentes das listas de espera.
"O Tribunal de Contas olhou para os factos", afirmou, sublinhando que se concluiu que o sistema das listas de espera existente "não proporciona fiabilidade".
"A informação não é rigorosa nem é real", disse o responsável do Tribunal de Contas, indicando que a consequência é "dar uma imagem que não é a realidade".