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A seca está a deixar o gado sem erva nos campos de Alto Alentejo, onde não chove há várias semanas.
As ovelhas de Manuel Vitorino tentam fazer pela vida entre a pouca erva que ainda se deixa avistar pelos 33 hectares de terreno, porque a seca já está a fazer mossa nos campos agrícolas do Alto Alentejo. Num ano normal de chuva o pasto já deveria ter, pelo menos, um palmo, mas apresenta-se raso.
O empresário agrícola conta à TSF que a lã que se vê presa às cercas de arame também ilustra os tempos de escassez para as mais de 400 cabeça de gado que andam na pastagem. "Quer dizer que elas metem a cabeça fora da cerca para tentarem comer a erva, o que está lá fora, porque do lado de dentro da pastagem já não chega".
Ouça a reportagem de Roberto Dores sobre a seca no Alentejo
As sementeiras de outono/inverno também mergulharam num futuro incerto. Até começaram por ter boas perspetivas entre outubro e novembro, mas as contas saíram furadas aios agricultores perante as sucessivas semanas sem chuva.
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Com desenvolvimento das pastagens e das culturas comprometidas, olha-se agora com especial atenção para as barragens da região onde os níveis de água também não são generosos. A barragem do Caia, que rega uma área de 7500 hectares entre Elvas, Campo Maior e Arronches, é um exemplo da preocupação alentejana, numa altura em que já se encontra nos 33% da sua capacidade.
Aristides Chinita, gerente da Associação de Beneficiários do Caia, está apreensivo e revela que, depois da seca e tempo quente que caracterizaram dezembro, o que se leva de janeiro ainda não garante condições para definir uma estratégia para utilização da água da albufeira.