Centrais sindicais demarcam-se dos protestos dos "coletes amarelos" portugueses

Líderes da CGTP e da UGT garantem que as centrais sindicais não vão participar nas ações de protesto que estão a ser convocadas através das redes sociais.

As centrais sindicais portuguesas, CGTP e UGT são unânimes quanto à manifestação dos "coletes amarelos" em Portugal, que acontece no dia 21 de dezembro, demarcando-se da mesma.

Em declarações à TSF, o líder da CGTP, Arménio Carlos é categórico: a central sindical não alinha nestas manifestações.

"A CGTP não foi contactada, não conhece os responsáveis pela manifestação, não conhecemos os seus objetivos", garantiu Arménio Carlos, antes de sublinhar que a organização sindical não confunde reivindicações de trabalhadores com as ambições da extrema-direita.

"Qualquer tentativa de aproveitamento por parte desse ou de qualquer outro movimento relativamente à situação social em Portugal é, na nossa opinião, lesiva, oportunista e não contará com o apoio da CGTP. Distinguimos muito bem aquilo que tem a ver com as reivindicações dos trabalhadores e a relação que têm com o desenvolvimento do país. Não nos interessa participar e, sobretudo, dar qualquer tipo de relevo a manifestações que, ao invés de exigirem uma linha de progresso e justiça social visam, no essencial, suportar posições de extrema-direita que têm como objetivo o retrocesso social e civilizacional", defendeu o líder da CGTP. "Não pactuaremos."

Na hora de identificar as opções da CGTP, Arménio Carlos garante que o objetivo da central sindical é "assegurar que os trabalhadores e as suas famílias possam melhorar as suas condições de vida e, simultaneamente, contribuir para o desenvolvimento do país numa perspetiva de progresso e de justiça social."

UGT alinhada com a CGTP

Carlos Silva, líder da UGT, escolhe também demarcar-se dos protestos da próxima sexta-feira, que estão a ser convocados através das redes sociais.

"A UGT não foi contactada por quem quer que seja dessa organização, que o pode ser ou não, pode até ser inorgânica, sabemos apenas que há contactos via redes sociais. A UGT enquanto parte do movimento sindical revê-se, naturalmente, em todas as formas de democracia e espera que os cidadãos possam dar largas às suas posições reivindicativas. Enquanto central sindical, não participou nem irá participar, do ponto de vista oficial e institucional - mesmo que venha a ser contactada - neste protesto que está a ser convocado", garantiu Carlos Silva.

Em relação à posição da PSP, que vai mobilizar 20 mil agentes para esta ação de protesto, o líder da UGT diz compreender essa preocupação e reconhece que mais vale prevenir do que remediar.

"O movimento sindical quando reage, reage de forma organizada e conhecedora. Informamos as autoridades de que vamos fazer uma manifestação, é um movimento responsável. Quanto pretendemos entrar em lutas reivindicativas na rua, fazemo-lo de forma organizada, coerente e com respeito pela autoridade pública. Percebo que, não havendo aqui um movimento organizado de forma conhecida por trás desta convocatória para o dia 21, haja alguma preocupação por parte das autoridades. Olhando para França, vale mais prevenir do que remediar", reconheceu o líder da UGT.

A PSP suspendeu as folgas dos seus agentes, para que os mesmos possam estar de prevenção aquando das ações de protesto.

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