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A pedreira onde, esta segunda-feira, aconteceu a tragédia, em Borba, era, até há poucos anos, visitada regularmente por turistas. Sem acesso direto por rampa, só se podia ir lá abaixo de elevador, sendo a única na região com um elevador para pesados.
Antes do encerramento, Luís Martins foi inúmeras vezes o guia dessas visitas organizadas e recorda que era uma descida impressionante que não deixava ninguém indiferente. A pedreira começou a ser explorada na década de 1980 e hoje teria mais de 80 metros de fundo.
Ouça o relato de Luís Martins à TSF
Luís Martins compara a descida a esta pedreira (uma das cerca de 150 que existem na região) ao elevador de um prédio: "Se estivermos num prédio em Nova Iorque, vamos num elevador a um piso de trinta andares e não vemos nada... Aqui víamos o abismo e era um elevador industrial, que fazia um bocadinho de barulho, apesar de sempre me sentir bastante seguro, tal como as pessoas que iam comigo".
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Explicando que era uma "experiência única em termos turísticos", numa zona procurada por visitantes nacionais e estrangeiros que querem conhecer como se extrai o mármore, Luís Martins detalha as razões que acabariam por ditar, há cerca de dois anos, o encerramento da pedreira Plácido Simões.
Em primeiro lugar, a muita água subterrânea que agora se vê nas imagens da tragédia e que alagava regularmente a pedreira, obrigando o proprietário a bombeá-la para fora, gastando milhares de euros por mês em eletricidade. O 'lago' agora no local é ainda maior que no passado pois por estar fechada ninguém bombeia a água.
Outro problema: sem rampa de acesso, este só podia ser feito através de um dos três elevadores.
Finalmente, o mármore desta pedreira estava muito fracturado, o que fazia com que a sua qualidade (e rentabilidade) fosse baixa.