David Touger, que representa Sebra, disse à agência Lusa que decidiu recorrer a este tipo de defesa, mas remeteu mais pormenores para a sessão desta sexta-feira no Tribunal Supremo de Nova Iorque.
Na anterior sessão, Touger explicou que, ao recorrer a esta modalidade jurídica, a defesa «admite que o incidente ocorreu como o governo diz, mas que [Seabra cometeu o crime] sem saber que era certo ou errado fazê-lo» devido a perturbações mentais.
Touger recusa-se a comentar se esta modalidade poderá também permitir que Seabra cumpra a totalidade ou parte da pena em Portugal.
A «defesa psiquiátrica» pode significar uma pena mais reduzida para o jovem português, acusado de homicídio em segundo grau, com uma pena que pode ir de 25 anos a prisão perpétua.
Esta sexta-feira, o juiz ouvirá os argumentos a favor e contra a admissão deste tipo de defesa, em particular extraídos das avaliações psiquiátricas feitas a Renato Seabra, e marcar para uma data posterior o anúncio da sua decisão.
Segundo Touger, há «diferentes diagnósticos sobre a doença mental» de Seabra, nomeadamente do médico da acusação e dos que o assistiram no Hospital Bellevue.
No tribunal será também discutida a disponibilização pela procuradoria à defesa de elementos do processo-crime.
Renato Seabra tem aguardado as sessões em tribunal na prisão de Rikers Island, contra a vontade do seu advogado. Na última audiência preliminar em tribunal, o juiz negou provimento a um pedido da defesa para considerar nula a acusação em comité de jurados (Grand Jury).
Decidiu-se também por uma audiência separada (Huntley Hearing) em que serão ouvidos os detectives que extraíram a confissão de Seabra após o crime em Janeiro.