Chama-se Trevor Noah, tem 31 anos e daqui a alguns meses vai ficar com a cadeira do programa mais famoso da Comedy Central.
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Foi no dia quatro de dezembro de 2014 que Jon Stewart deu a Trevor Noah as boas vindas ao "The Daily Show".
O comediante sul africano, brincou com o quanto se sentiu mais negro mal chegou aos Estados Unidos, sobretudo por causa da polícia: «Nunca pensei que fosse ter mais receio da polícia aqui do que na África do Sul. Até sinto alguma nostalgia pelos velhos tempos do apartheid».
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Trevor Noah tem 31 anos. Cresceu no Soweto, e aos dezoito estreou-se na televisão, numa telenovela em que desempenhava um dos papéis principais. Depois foi apresentador de um programa de mexericos, e outro de desporto, e ainda um de entretenimento e entrevistas. Também fez rádio.
Mas nem tudo foram rosas nesse percurso, desde logo nos primeiros de vida. A mãe de Noah, uma sul africana negra, casou com um suíço, branco, pois claro. Mas essa era uma mistura ilegal aos olhos do apartheid e a mãe acabou por ser presa.
Noah não evita o tema, mas aborda-o o como melhor sabe, a brincar: «A minha mãe é uma sul africana negra e o meu pai é um suíço, da Suiça, era branco. Quer dizer, continua a ser. Não, mudou. Não julguem que através de trabalho duro e determinação ele ficou preto. Não, isso não aconteceu».
Em 2012, Trevor Noah estreou-se na televisão americana, com uma aparição no "Tonight Show". Seguiram-se outras, por exemplo no "Late Show" de David Letterman.
O comediante fez do confronto e adaptação à realidade americana um ponto central do reportório. Coisas "sérias", "ponderosas", como a descoberta da cozinha mexicana, coisa que não havia na África do Sul.
«Um dia, aqui em Los Angeles, um amigo disse que devíamos ir comer qualquer coisa, comida mexicana. Eu disse-lhe que nunca tinha provado e ele ficou chocado. E eu respondi-lhe que na África do Sul não há disso porque os mexicanos nunca apareceram por lá».
Será o dono deste sentido de humor que vai ficar com cadeira de Jon Stewart, que a deixa quentinha ao fim de dezasseis anos. Sai o judeu de Nova Iorque, entra o mulato quer cresceu no Soweto.