O projeto é liderado pela Universidade de Coimbra, mas envolve oito parceiros de seis países europeus. O robô vai permitir uma melhor prestação de serviços ao idoso, mas não pretende ser um substituto do cuidador humano. O Grow Me Up será um complemento ao trabalho desenvolvido pelo cuidador e não um substituto.
Carina Dantas, diretora de inovação na Cáritas de Coimbra, sublinha que o contacto humano junto do idoso deve ser sempre salvaguardado, independentemente da tecnologia criada. "Para além do que já são as redes de família, de amigos e de cuidadores, a ideia é que este robot traga algo de novo, que seja mais um suporte do que um substituto", afirma.
Ainda assim será um robô mais inteligente e equipado com um software que deteta determinadas necessidades e lançará alertas quando o idoso se esquecer de tarefas, avisando-o "quando deve tomar medicação, que atividades tem programadas para aquele dia". Mas, vai mais longe: "o robô vai interagir com o idoso", analisando o comportamento e detetando as suas preferências.
Um desafio para a Cáritas de Coimbra testar nos próximos três anos é dar opiniões para que o Grow Me Up possa ser aperfeiçoado. Até porque, reconhece Carina Dantas, os idosos não estão ainda adaptados às novas tecnologias e o robô pode ser um passo nesse sentido. "Cria-se inclusive uma certa animosidade do idoso em relação às tecnologias, que este robô, como interage mais, poderá vir facilitar", acrescenta.
O robô Grow Me Up vai ser testado em casa do próprio idoso, já em fevereiro do próximo ano. De momento está a ser recolhida informação junto dos idosos, para assegurar as principais características que o robô deve ter, salvaguardando as questões éticas do projeto.
A inovação é co-financiada pela União Europeia, no âmbito do programa Horizonte 2020, e o seu desenvolvimento envolve oito parceiros de seis países (Chipre, Espanha, França, Holanda e Suíça, além de Portugal), contando com a participação das universidades de Genebra e do Chipre.