O fenómeno do bullying – alunos que são mal tratados de forma continua e prolongada por colegas de escola dentro e fora do espaço escolar – está a aumentar, mas muitas vezes não é denunciado, por vergonha.
Para reduzir o número de casos, a psicóloga Margarida Gaspar de Matos defende que é preciso acabar com a imagem do herói, do mais forte, normalmente associada ao provocador.
Se a ideia do provocador associada a alguém incompetente e que «só se sabe divertir a fazer mal» for «validada socialmente», os jovens deixam de querer ser provocadores «porque é mal visto», disse a especialista, que se tem dedicado ao estudo deste tipo de situações.
Margarida Gaspar de Matos acrescentou que o bullying não é um fenómeno novo, mas mais conhecido, o que pode ajudar a dissuadir os potenciais agressores.
A especialista alertou ainda que a superprotecção é meio caminho andado para que alguns jovens se tornem vítimas de bullying.
Segundo a psicóloga, a maior parte dos casos de bullying acontece por volta dos 13 e 14 anos e nada tem a ver com a classe social, mas parte normalmente de jovens que aprendem em casa que a força e a humilhação são formas de gerir problemas.