Quem vai tomar conta do filho deficiente quando os pais morrerem? Ou mesmo vivos, quando não puderem continuar a fazê-lo? É uma angústia que acompanha os pais à medida que envelhecem e que os levou a criar o primeiro lar para deficientes mentais adultos, em Famões, no concelho de Odivelas.
O Telhadinho vai ser inaugurado na próxima semana, mas já está esgotado. Tem capacidade para 34 utentes, quando a procura foi de quase 300 famílias.
O projeto nasceu há mais de 10 anos, custou quase 2 milhões de euros, em parte suportados pela segurança social, mas a Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Mentais Adultos (CEDEMA) deve ainda 950 mil euros à banca.
A presidente da CEDEMA, Maria Antónia Machado, diz que faltam lares especializados, para responder a situações que podem ser dramáticas, mas congratula-se com a concretização de «um sonho de longa data».
Contactada pela TSF, a presidente da Associação Portuguesa de Deficientes, compreende a preocupação dos pais. Ana Sezudo diz que o apoio do Estado fica pela pensão, que muitas vezes é demasiado baixa e conta que a Associação Portuguesa de Deficientes recebe regularmente relatos de casos dramáticos.