
Bagão Félix
Global Imagens/Ricardo Gonçalves
O antigo ministro das Finanças critica, em entrevista à TSF, a forma como o Governo anunciou os cortes nas pensões de sobrevivência e se esquece de que as pessoas não são «apenas números».
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«As pessoas ficam aterrorizadas porque não sabem onde vai haver cortes, em que condições, de que maneira. Fala-se disto como se falasse muitas vezes de números apenas. Com todo o respeito pela profissão que agora vou citar, isto não é uma questão de talho, não é fazer cortes independentemente da vida, do espírito e da alma das pessoas», defende Bagão Félix.
O conselheiro de Estado, sublinhando que sobre o assunto só conhece a pouca informação que tem sido dada, diz ainda que o corte nas pensões de sobrevivência não poderá ter efeitos retroativos.
«As pensões de sobrevivência, os trabalhadores e as suas entidades patronais, ao longo da sua vida profissional, descontam para esta eventualidade, a eventualidade da morte. E na decomposição da Taxa Social Única, 7% desta taxa, que representa cerca de 2% dos salários, é justamente para financiar as pensões de sobrevivência», explica.
José Silva Peneda, o presidente do Conselho Económico e Social (CES) defendeu esta manhã, na TSF, que o Estado não pode manter atual gasto com reformas, concordando com a opinião expressa ontem pela economista Teodora Cardoso que defendeu que a manutenção do atual regime de pensões só é possível com uma economia saudável, baseada na produtividade e emprego.