Foram encontrados corpos em carros carbonizados e no mar, para onde muitos tentaram fugir das chamas. Não se sabe ao certo o número de desaparecidos.
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(Notícia em atualização desde as 00h34 do dia 24-07-2018)
O número de vítimas mortais na sequências dos incêndios florestais que devastaram várias zonas na Grécia subiu esta quinta-feira para 85. Segundo o jornal grego Ekathimerini, um idoso de 74 anos acabou por morrer num hospital devido aos feridos e as equipas de resgate encontraram mais dois corpos nos escombros.
As autoridades estimam que haja dezenas de desaparecidos, sendo que os trabalhos dos elementos dos bombeiros e proteção civil prossegue na tentiva de encontar sobreviventes.
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O prefeito da cidade portuária de Rafina, Evánguelos Burnús, estimou, em declarações à televisão Skai, que o número de vítimas poderá ultrapassar uma centena.
Só em Mati, localidade que desapareceu completamente do mapa, foram encontrados 26 corpos em carros carbonizados. Um vídeo divulgado por militares gregos mostra esta realidade. Um cenário de destruição visto a partir do céu.
Também foram encontrados quatro corpos no mar, uma vez que as chamas levaram a que muitos turistas e cidadãos gregos fugissem do fogo para as praias a leste de Atenas.
Os serviços de emergência continuam a receber telefonemas a alertar para o desaparecimento de pessoas, pelo que se teme que o número de mortes seja ainda maior. "O número de mortos vai continuar a subir", diz Evangelos Bournous, mayor de Rafina.
Imagens do satélite europeu Sentinel-2 mostram uma intensa coluna de fumo na região de Kineta. O incêndio está ativo há mais de 24 horas.
Bruxelas promete ajudar
Centenas de bombeiros continuam a tentar controlar os grandes incêndios que assolam a Grécia desde o início da tarde de segunda-feira, mas os trabalhos estão a ser dificultados por ventos fortes.
O povo grego está a viver "uma tragédia indescritível", disse o primeiro-ministro Alexis Tsipras. Foram declarados três dias de luto nacional.
A Grécia pediu apoio à União Europeia para o combate ao fogo e o presidente da Comissão Europeia já garantiu que Bruxelas "não vai poupar esforços para ajudar a Grécia e o povo grego" durante o tempo que for preciso.
Vários países já anunciaram que vão enviar ajuda, incluindo Portugal, que prometeu disponibilizar 50 elementos da Força Especial de Bombeiros.
O primeiro-ministro grego antecipou o seu regresso para Atenas, depois de uma viagem à Bósnia-Herzegovina, para acompanhar a situação a partir do Centro de Coordenação Unificado.
Já o ministro da Administração Interna (Ordem Pública), Nikos Toskas, pediu cautela aos cidadãos e sugeriu que os incêndios podem ter sido provocados.
António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa já deixaram mensagens de solidariedade ao povo grego.
Não há, até ao momento, registo de portugueses entre as vítimas ou desaparecidos nos incêndios, confirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros.
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*com Inês André de Figueiredo, Carolina Rico, Rita Carvalho Pereira e Guilherme de Sousa