A medida foi já anunciada pelo ministro das Finanças de Londres. Mas há quem acuse o Estado de paternalismo e duvide que tenha resultados na saúde pública.
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Em Inglaterra, o ministro das finanças anunciou em março que, no prazo de dois anos, será cobrado um imposto sobre as bebidas açucaradas. O anúncio causou alguma surpresa porque, no início do ano, o governo de David Cameron tinha afastado essa possibilidade.
Para além de surpresa, a decisão do ministro George Osborne também provocou polémica, até no interior do Partido Conservador. Há quem duvide da eficácia da medida e acuse o Estado de excesso de paternalismo.
No parlamento, o ministro das Finanças defendeu o imposto, que será cobrado às empresas, lembrando que as doenças relacionadas com obesidade custam mais de 20 mil milhões de euros por ano ao orçamento de Estado.
O imposto vai incidir sobre as bebidas com mais de 5 gramas de açúcar por 100 mililitros. O governo de Londres espera arrecadar uma receita superior a 600 milhões de euros por ano. Dinheiro que promete investir no desporto escolar.
Em Inglaterra, os opositores da medida têm apontado o exemplo dinamarquês.
Em 2011, a Dinamarca criou um imposto sobre os alimentos ricos em gordura saturada. Um ano depois abandonou a medida e também os planos para taxar o açúcar.
O governo de Copenhaga descobriu que estavam a aumentar as compras transfronteiriças e que foram destruídos postos de trabalho.
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