"Não se pode amar o país só quando se vence." Biden fala em "presidência histórica" e garante "transição pacífica"
Joe Biden revela confiança no sistema eleitoral norte-americano, considerando-o "honesto, justo e transparente". Reconhece ainda que, enquanto "para uns, este é um momento de vitória, para outros, este é um momento de perda" e apela: "Levanta-te, a América dos teus sonhos espera por ti"
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O ainda Presidente dos EUA falou esta quinta-feira ao país, após a derrota do partido democrata. Joe Biden aceita "a escolha feita pelo país" e promete uma "transição pacífica do poder", sublinhando que os últimos anos foram marcados por uma "presidência histórica".
De sorriso no rosto, o líder norte-americano começa por elogiar a "espinha dorsal" de Kamala Harris, candidata democrata às eleições nos EUA, afirmando que geriu "uma campanha inspiradora".
Reconhecendo, contudo, a derrota de Harris, o Presidente avança que já falou com Donald Trump para felicitá-lo após a vitória do partido republicano e assegurou-lhe que já deu ordens à sua administração para que houvesse uma "transição pacífica e ordeira de poder": "é isso que os americanos merecem", vinca.
"Há mais de 200 anos que a América tem levado a cabo a maior experiência de governação de sempre. Não é um exagero. O povo escolhe e vota nos seus líderes e fá-lo pacificamente. Numa democracia, a vontade do povo é sempre soberana", atira.
Biden jura, por isso, que "vai fazer cumprir a Constituição" e garante que, em 20 de janeiro, os Estados Unidos terão "uma transferência de poder pacífica".
"Não se pode amar o país quando se vence. Não se pode amar o próximo só quando estamos de acordo. É preciso baixar a temperatura", apela.
O chefe de Estado reconhece ainda o "sofrimento" dos apoiantes democratas, mas lembra que as campanhas eleitorais "são um concurso de visões" e, por isso, aceita "a escolha feita pelo país". Agradece, igualmente, a quem esteve nas mesas de voto "por protegerem a integridade das eleições, por amor ao país", afirmando que "cumpriram o seu dever".
Joe Biden revela ainda confiança no sistema eleitoral norte-americano, considerando-o "honesto, justo e transparente".
"Para uns é um momento de vitória, para outros é um momento de perda", reconhece, sublinhando, contundo, que "uma derrota não significa a perda de uma batalha" e insta também os democratas a sacudirem a tristeza: "Levanta-te, a América dos teus sonhos espera por ti."
Biden argumenta que os últimos anos foram marcados por uma "presidência histórica", feita "para todos os americanos".
"Não somos adversários, somos todos americanos", insiste, acrescentando que apesar de haver pessoas a sofrer, "as coisas estão a mudar".
"Só não se esqueçam de tudo aquilo que conseguimos. Tem sido uma presidência histórica: uma presidência para todos os americanos. Aquilo que fizemos até agora está a ser sentido, mas vai ser sentido ainda mais nos próximos dez anos", garante, ressalvando o investimento no valor de um trilião de dólares em infraestruturas.
Biden garante ainda que deixa "a economia mais forte do mundo" e diz que, juntos, os democratas "mudaram a América para melhor", numa alusão aos impactos das leis por si aprovadas.
"Revés toda a gente os tem, mas desistir é imperdoável. Todos caímos, mas mostramos o nosso caráter através da rapidez com que nos levantamos", encoraja.
O republicano Donald Trump foi eleito o 47.º Presidente dos Estados Unidos tendo já conquistado mais do que os 270 votos do colégio eleitoral necessários, quando ainda decorre o apuramento dos resultados.
Trump segue também à frente da adversária democrata Kamala Harris no voto popular, com 51,1% contra 47,4% dos votos contados.
O Partido Republicano recuperou ainda o Senado ao ultrapassar a fasquia de 51 eleitos, enquanto na Câmara dos Representantes segue igualmente na frente no apuramento com 201 mandatos, a apenas 17 da maioria.