Carneiro quebra silêncio: "Estado deve formular protesto pela forma como detidos por Israel foram tratados"
Em declarações à TSF, o líder do PS saúda "o trabalho desenvolvimento pelos serviços consulares e diplomáticos"
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José Luis Carneiro defende que o Estado português e a Assembleia da República devem apresentar um protesto formal pela detenção de Mariana Mortágua. O secretário-geral do PS tem recusado falar sobre a flotilha humanitária, onde seguiam os quatro portugueses que foram detidos. No entanto, no dia em que se assinalam dois anos desde os ataques do Hamas, José Luís Carneiro quebra o silêncio e, em declarações à TSF, defende uma posição firme das instâncias portuguesas.
"O Estado, além de assegurar o cumprimento de normas de conduta e de relação entre Estados essenciais, tem o dever de formular o seu protesto pela forma como foram tratados. Mesmo a Assembleia da República poderá e deverá também manifestar o seu descontentamento, na medida em que entre os detidos está uma deputada e titular de um órgão de soberania", explica à TSF José Luís Carneiro.
Questionado sobre se o Estado fez o que devia, o líder socialista saúda "o trabalho desenvolvimento pelos serviços consulares e diplomáticos".
"É um movimento que merece a simpatia de quem procura ver na paz e nas relações internacionais pacíficas um caminho para o multilateralismo e para as soluções negociadas de paz e de cooperação", sublinha.
Na segunda-feira, o secretário-geral do PS mostrou-se satisfeito pelos quatro portugueses detidos por Israel “terem chegado bem de saúde”, mas escusou-se a comentar mais, afirmando que o país “tem preocupações muito profundas” sobre outras matérias.
Os quatro portugueses que fizeram parte da flotilha Global Sumud aterraram no domingo, por volta das 22h30, no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, onde eram aguardados por familiares e apoiantes pró-Palestina.
A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, a atriz Sofia Aparício e os ativistas Miguel Duarte e Diogo Chaves estavam detidos, em Israel, desde a noite de quarta para quinta-feira passada, quando as forças israelitas intercetaram as cerca de 50 embarcações da Flotilha Global Sumud, que pretendia entregar ajuda humanitária na Faixa de Gaza.