"Não aceitamos mais adiamentos." Sindicatos pedem que CP cumpra acordo salarial no imediato
Quinze sindicatos e associações representativas de trabalhadores da CP criticam a “demora injustificada” do acordo que resultou de “um processo longo e exigente, iniciado em 2024” e que “a própria administração da CP classificou como um marco importante”
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Sindicatos e associações representativas de trabalhadores da CP criticaram esta segunda-feira a “demora injustificada” na aplicação do acordo para a reestruturação das tabelas salariais, pedindo que seja aplicado no imediato.
“Os sindicatos não aceitam mais adiamentos. O compromisso está assumido e tem de ser cumprido, sob pena de agravar ainda mais a desmotivação entre os trabalhadores e de colocar em causa a paz social”, referem os 15 signatários da nota de imprensa divulgada esta segunda-feira.
Em declarações à TSF, José Manuel Oliveira, coordenador da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), explica que o objetivo é que o ordenado de setembro já inclua o aumento.
"O imediato [aplica-se] em termos que permitam pagar este mês de setembro aquilo que é devido aos trabalhadores, em alguns casos com retroativos em janeiro deste ano. Até ao final da semana, tem de haver uma clarificação deste processo, para depois haver os processamentos do ponto de vista salarial. Estamos a aguardar que haja respostas e em função da resposta ou da falta de respostas, certamente, depois, pensaremos em outro tipo de iniciativas para que se concretize aquilo que todos acordámos na CP", explica à TSF José Manuel Oliveira.
Os sindicatos já contactaram os ministérios das Infraestruturas e das Finanças. Por isso, consideram que ainda é cedo para falar de novas greves na CP: "Queremos resolver o problema, não queremos agudizar qualquer conflito na empresa e daí o nosso apelo para que rapidamente se concretize este acordo e que os trabalhadores recebam aquilo a que têm direito. Os passos daqui para a frente vai depender das três partes envolvidas: a administração da CP, o ministro das Infraestruturas e da Habitação e o ministro das Finanças."
No entender das organizações, trata-se de uma demora injustificada do acordo que resultou de “um processo longo e exigente, iniciado em 2024” e que “a própria administração da CP classificou como um marco importante”.
Depois de um adiamento justificado pelo Governo por este se encontrar em gestão, antes das eleições legislativas de maio, agora, para os sindicatos, este argumento “deixou de ter qualquer fundamento: o novo Governo está na plenitude de funções, manteve a mesma estrutura política”.
“Os trabalhadores não entendem a demora deste em autorizar o Conselho de Administração da CP a implementar o acordado”, referem.
Numa palavra ao Governo, os 15 organismos criticaram o silêncio dos ministérios de Infraestruturas e Habitação e das Finanças, que tutelam as áreas em causas, considerando que “compromete a confiança e fragiliza todo o processo negocial”.
“É inaceitável que se desvalorize o acordo alcançado e se volte a descredibilizar este processo e a retirar, uma vez mais, o apoio ao Conselho de Administração da CP”, apontam os sindicatos, recordando que este reconheceu a importância do entendimento alcançado com os sindicatos.
O comunicado foi assinado por ASCEF - Associação Sindical das Chefias Intermédias de Exploração Ferroviária, ASSIFECO - Associação Sindical Independente dos Ferroviários da Carreira Comercial, FECTRANS/SNTSF – Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações/Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário e FENTCOP - Sindicato Nacional dos Transportes, Comunicações e Obras Públicas.
Também SFRCI - Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante, SINAFE - Sindicato Nacional dos Ferroviários do Movimento e Afins, SINDEFER – Sindicato Nacional Democrático da Ferrovia, SINFA - Sindicato Independente dos Trabalhadores Ferroviários, das Infraestruturas e Afins, SINFB - Sindicato Independente Nacional dos Ferroviários e SINTTI - Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Transportes e Indústria estão entre os signatários.
Também SIOFA - Sindicato independente dos Operacionais Ferroviários e Afins, SMAQ - Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses, SNAQ - Sindicato Nacional dos Quadros Técnicos, STF - Sindicato dos Transportes Ferroviários e STMEFE - Sindicato dos Trabalhadores do Metro e Ferroviários assinaram o comunicado.
Notícia atualizada às 13h12
