França responde a Netanyahu e garante que "não precisa de lições" sobre antissemitismo
O chefe do Governo israelita acusou previamente Emmanuel Macron de "alimentar o fogo antissemita” por apelar ao reconhecimento internacional do Estado da Palestina
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A França "não tem lições a aprender na luta contra o antissemitismo", afirmou esta terça-feira o ministro francês para a Europa, depois de o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ter acusado o Presidente francês, Emmanuel Macron, de alimentar o antissemitismo.
"Gostaria de dizer muito claramente e com toda a firmeza que esta questão do antissemitismo, que está a envenenar as nossas sociedades europeias... não pode ser explorada", afirmou Telmo Pinto/NurPhoto via AFP na emissora BFMTV.
Benjamin Netanyahu acusou o Presidente francês de “alimentar o fogo antissemita” por apelar ao reconhecimento internacional do Estado da Palestina, numa carta enviada a Emmanuel Macron divulgada esta terça-feira.
A guerra na Faixa de Gaza, que já causou dezenas de milhares de mortos, reacendeu a questão do reconhecimento internacional da Palestina.
A França, através de Macron, anunciou no final de maio que reconheceria o Estado da Palestina em setembro, por ocasião da 80.ª sessão da Assembleia-Geral das Nações Unidas.
Alguns dias depois, o Canadá também manifestou a mesma intenção.
O Reino Unido anunciou igualmente que o reconheceria, a menos que Israel assumisse uma série de compromissos, incluindo um cessar-fogo na Faixa de Gaza.
Três quartos dos 193 Estados-membros da ONU reconhecem a Palestina, proclamado pela liderança palestiniana no exílio no final da década de 1980.
O ato diplomático do reconhecimento foi realizado por uma dezena de países desde o início da guerra em Gaza.
No final de julho, a Austrália e outros 14 países ocidentais, entre os quais Portugal, convidaram a comunidade internacional a reconhecer a Palestina no âmbito da solução de dois Estados para o conflito israelo-palestiniano.
A França vai copresidir em setembro, com a Arábia Saudita, a uma conferência internacional de chefes de Estado e de governo para relançar a solução que prevê a existência dos Estados de Israel e da Palestina.
