Explosões em Doha. Israel reivindica "ataque de precisão" contra membros do Hamas no Catar
Os ataques de Telavive tiveram como alvo autoridades do grupo reunidas em Doha para discutir a proposta de cessar-fogo em Gaza do Presidente norte-americano
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Israel reivindicou esta terça-feira um "ataque de precisão" contra líderes do Hamas, sem especificar onde, pouco depois de terem sido registadas explosões na capital do Catar, Doha, onde vivem responsáveis do movimento islamita palestiniano. Até ao momento, não foi revelado o eventual número de vítimas.
De acordo com as agências de notícias internacionais e a cadeia de televisão Al Jazeera, sediada em Doha, vídeos recolhidos na capital do emirado mostram fumo a subir no horizonte.
Uma fonte do Hamas não identificada adianta à Al Jazeera que os ataques de Telavive tiveram como alvo autoridades do grupo reunidas em Doha para discutir a proposta de cessar-fogo do Presidente norte-americano, Donald Trump.
Também segundo a Al Jazeera, este é o sexto país atacado por Israel no último mês: Palestina, Irão, Líbano, Síria, Iémen e Tunísia também sofrem as consequências da "campanha militar" do Governo de Netanyahu na região. Por confirmar está a autoria do ataque, ocorrido na madrugada desta terça-feira, com um drone e dirigido à flotilha humanitária.
O Exército israelita anunciou terça-feira ter efetuado um ataque contra "altos responsáveis" do Hamas, pouco depois de terem sido ouvidas explosões em Doha, no Qatar.
"O Exército e o serviço de segurança interna [Shin Bet] efetuaram um ataque dirigido contra os altos dirigentes da organização terrorista Hamas", declarou o Exército em comunicado, sem especificar o local do ataque.
O Exército israelita afirmou que "antes do bombardeamento, foram tomadas medidas para mitigar os danos aos civis, incluindo o uso de munições precisas e informações adicionais" dos serviços secretos e reiterou que "continuará a operar com determinação para derrotar a organização terrorista Hamas, responsável pelo massacre de 07 de outubro" de 2023, de acordo com um comunicado.
"Durante anos, estes membros da cúpula do Hamas lideraram as operações da organização terrorista, sendo diretamente responsáveis pelo brutal massacre de 07 de outubro e orquestrando e gerindo a guerra contra o Estado de Israel", acrescentou.
De acordo com as agências de notícias internacionais e a cadeira de televisão Al-Jazeera, sediada em Doha, vídeos recolhidos na capital do emirado mostram fumo a subir no horizonte.
O canal de televisão relatou que o ataque teria como objetivo uma delegação de negociadores do Hamas que estava reunida para discutir a proposta norte-americana de cessar-fogo na Faixa de Gaza, citando uma "fonte de alto nível" dos islamitas.
O ataque inédito surgiu após o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Saar, anunciou que Israel aceitou a mais recente proposta do Presidente norte-americano, Donald Trump, para um cessar-fogo em Gaza.
O ministro israelita disse que a aceitação da proposta tem como contrapartida a condição de que o grupo islamita Hamas deponha as armas e liberte todos os reféns na Faixa de Gaza.
"A guerra pode terminar amanhã", disse Saar, numa conferência de imprensa realizada em Zagreb, acrescentando que Israel está disposto a aceitar "um acordo abrangente que ponha fim à guerra" desde que sejam cumpridas estas duas exigências.
Este ataque na capital do Qatar surgiu também um dia depois de um atentado em Jerusalém ter provocado a morte de seis pessoas numa paragem de autocarro, um ataque entretanto reivindicado pelo braço armado do Hamas, as Brigadas al-Qasam, embora o Hamas não tivesse reclamado a autoria do ataque.
Depois do atentado em Jerusalém, o Hamas aplaudiu a "heroica operação" realizada por "dois combatentes da resistência palestiniana", indicou em comunicado.
"Afirmamos que esta operação é uma resposta natural aos crimes da ocupação [Israel] e à guerra de extermínio que se abate sobre o nosso povo", afirmou o movimento islamita.
O Hamas advertiu que o ataque "é uma mensagem clara" de que os planos de Israel "para ocupar e destruir a cidade de Gaza e profanar a mesquita de Al Aqsa", na Esplanada das Mesquitas, "não ficarão impunes", segundo o jornal palestiniano Filastin.
*Notícia atualizada às 17h17
