Operação Influencer: Vítor Escária ouvido no inquérito por violação do segredo de Estado
Em causa está a apreensão de uma pen-drive guardada num cofre do gabinete de trabalho do antigo chefe de gabinete com a identificação e outros dados pessoais de centenas de agentes do SIS, Serviço de Informações Estratégicas e Defesa, PJ e Autoridade Tributária
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O antigo chefe de gabinete do ex-primeiro-ministro António Costa, Vítor Escária, foi ouvido esta quinta-feira pelo Ministério Público no âmbito do inquérito por violação de segredo de Estado, confirmou fonte oficial da Procuradoria-Geral da República (PGR).
A mesma fonte escusou-se a esclarecer se Vítor Escária foi inquirido na condição de testemunha ou de arguido.
Em causa está a apreensão no âmbito da Operação Influencer, em novembro de 2023, de uma pen-drive guardada num cofre do gabinete de trabalho do antigo chefe de gabinete com a identificação e outros dados pessoais de centenas de agentes do Serviço de Informação e Segurança (SIS), Serviço de Informações Estratégicas e Defesa (SIED), Polícia Judiciária (PJ) e Autoridade Tributária (AT).
A informação foi avançada na quarta-feira pela revista Sábado e confirmada à Lusa por fonte oficial da PGR.
Segundo a publicação, Vítor Escária alega que desconhecia o conteúdo da pen-drive e que esta chegou ao Palácio de São Bento com o anterior chefe de gabinete.
Esta quinta-feira, o procurador-geral da República, Amadeu Guerra, dissera já, à margem de uma visita à Comarca de Porto Este, em Penafiel, que seriam "ouvidas as pessoas necessárias" para ser descoberta a verdade.
Na quarta-feira, o advogado de António Costa, João Lima Cluny, disse à Lusa que o ex-primeiro-ministro, atual presidente do Conselho Europeu, desconhece "em absoluto do que se trata".
O inquérito, aberto em novembro de 2024, resultou da Operação Influencer, no âmbito da qual foram detidas, em 7 de novembro de 2023, Vítor Escária e mais quatro pessoas e constituídas arguidas outras três e uma empresa.
Em causa estão suspeitas de crime na construção de um centro de dados em Sines, a exploração de lítio em Montalegre e Boticas (ambas no distrito de Vila Real), e a produção de energia a partir de hidrogénio em Sines.
Os arguidos têm negado a prática de qualquer crime.