Marcelo sobre moção de censura: "Hoje é tão rápido que não cabe ao Presidente estar a comentar"
O chefe de Estado também abordou o sismo que abalou Lisboa esta segunda-feira, considerando que "os efeitos foram muito reduzidos"
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recusou esta segunda-feira comentar a moção de censura apresentada pelo Chega ao Governo liderado por Luís Montenegro.
"O Presidente da República não vai estar a comentar estratégias dos partidos, o que é que elas significam, o que é que os outros partidos pensam dessas estratégias. Não. Limita-se a verificar que estava a meio do Oceano Atlântico quando soube, por acaso, através do seu ministro dos Negócios Estrangeiros, que é mais rápido no domínio das tecnologias digitais, que havia uma moção de censura", disse o chefe de Estado no Brasil, onde faz por esta altura uma visita de Estado.
Marcelo Rebelo de Sousa complementa: "E depois, hoje ao acordar, verificou que já havia votação contra a moção de censura, que a inviabilizava. Isto hoje é tão rápido, tão rápido, tão rápido, que não cabe ao Presidente da República estar a comentar esse acontecimento partidário."
O Presidente da República também abordou o sismo que abalou esta tarde a região de Lisboa.
"Logo que ele aconteceu, recebi a informação do senhor primeiro-ministro, imediata, com o primeiro relatório preliminar identificando qual era a localização do epicentro, a intensidade - 4.7, como sabem, na escala de Richter - e que até àquele momento não havia registo de danos pessoais ou materiais significativos. E as informações complementares que me foram chegando a seguir iam no mesmo sentido. Foi sentido em Belém, por exemplo, intensamente e foi sentido na Grande Lisboa", revela.
Ainda assim, Marcelo Rebelo de Sousa considera que o impacto deste sismo é diminuto: "Mas, felizmente, o que pode querer dizer uma boa notícia é que pode querer dizer que há uma grande diferença entre outros sismos de que me recordo pequenos e outros anteriores mais complicados, que é que tem havido mais cuidado na construção em geral. Mesmo quando não há um cuidado especificamente virado para a componente sísmica, isso pode significar ou não, dirão os especialistas, que mesmo perto daquilo que a costa continental, os efeitos foram muito reduzidos."
Relativamente às negociações de paz na Ucrânia e ao papel da Europa, o Presidente da República acredita que "o mundo sem a Europa é mais pobre".
"A balança de poderes na Europa não fica tão equilibrada. O haver entendimentos, por muito bons que sejam, entre duas ou três ditas maiores potências, sobretudo sobre a guerra da Ucrânia, que é uma guerra global, mas que decorre na Europa e tem a ver com a segurança da Europa e em que a Europa, embora não tanto como Estados Unidos em armamento, mas no total contribuiu mais do que o parceiro norte-americano, isso implica naturalmente que a Europa esteja presente, seja considerada, tenha uma voz ativa, não seja tratada como pouca coisa, porque muito do que existe no mundo não existiria sem a Europa", argumenta.