Trump sabe "exatamente" onde está líder supremo do Irão, mas não o quer matar "por agora". Estados Unidos ponderam intervenção
A guerra entre Israel e o Irão foi desencadeada na madrugada de 13 de junho por bombardeamentos israelitas contra instalações militares e nucleares iranianas, matando lideranças militares, cientistas e civis. Acompanhe os últimos desenvolvimentos com a TSF
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Ao quinto dia de guerra, o Irão registou uma perturbação generalizada no acesso à Internet. A causa destas perturbações não foi esclarecida.
De acordo com a agência norte-americana Associated Press, as autoridades iranianas começaram a restringir lentamente o acesso do público ao mundo exterior, quando os telefones fixos parecem ter deixado de poder receber ou marcar chamadas telefónicas internacionais.
O Irão também proibiu esta terça-feira os funcionários públicos e os guarda-costas de utilizarem todos os dispositivos de comunicação ligados às redes. A proibição inclui telemóveis, relógios inteligentes e computadores portáteis.
A medida sugere que o Irão suspeita que Israel utilizou assinaturas digitais de aparelhos eletrónicos para lançar os ataques que dizimaram a liderança militar do país.
A reunião, que decorreu na Sala de Situação da Casa Branca, durou cerca de uma hora e 20 minutos, disse à AP um funcionário da presidência norte-americana que pediu o anonimato.
As autoridades norte-americanas insistem que Washington não está envolvido na ofensiva israelita, salientando que Donald Trump continua a considerar todas as opções possíveis.
Segundo os media norte-americanos, as opções em cima da mesa incluem a utilização de bombas norte-americanas de alta potência, conhecidas como "destruidoras de 'bunkers'", contra a instalação nuclear iraniana de Fordo, construída debaixo de uma montanha.
Israel tem nos últimos dias visado vários alvos do programa nuclear iraniano - incluindo instalações e cientistas - mas as suas bombas não conseguem atingir alvos a tão grande profundidade como Fordo.
A cadeia televisiva NBC noticiou, com base em altos responsáveis da administração que falaram anonimamente, que entre as opções consideradas por Trump está um ataque ao Irão.
O New York Times refere que Donald Trump também poderá enviar aviões-tanque para permitir que os aviões de guerra israelitas realizem missões de longo alcance.
Um novo alerta devido ao lançamento de mísseis iranianos em direção a Israel levou as autoridades deste país a ordenarem à população, sobretudo de cidades do norte, que procure abrigo.
"As sirenes de ataque aéreo soaram em várias regiões de Israel após a identificação de mísseis lançados do Irão em direção ao Estado de Israel", informaram as Forças de Defesa de Israel (IDF) em comunicado, citado pela AFP.
O Comando da Frente Interna especificou que o alerta, que implica que a população deve procurar abrigo, afetou a maioria das cidades do norte do país.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou que os Estados Unidos "têm agora o controlo total e completo dos céus do Irão", após a vaga de bombardeamentos iniciada a 13 de junho pelo Exército israelita.
Segundo o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, a ofensiva, ainda em curso, já destruiu "um grande número" de lançadores de mísseis e metade dos 'drones' (aeronaves não-tripuladas) de Teerão.
"Agora, temos o controlo total e completo sobre os céus do Irão. O Irão tinha bons detetores aéreos e outros equipamentos de defesa, e muitos, mas não se comparam aos que são feitos, concebidos e fabricados nos Estados Unidos. Ninguém o faz melhor do que os bons e velhos Estados Unidos", escreveu Trump na sua rede social, Truth Social.
As suas declarações surgiram minutos depois de o vice-presidente norte-americano, JD Vance, ter confirmado que Trump poderá considerar necessário adotar "mais medidas" para travar o programa de enriquecimento de urânio do Irão.
O senador norte-americano Bernie Sanders e outros congressistas do Partido Democrata apresentaram uma resolução para impedir o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de usar força militar contra o Irão sem autorização prévia do Congresso, foi hoje divulgado.
Num comunicado para apresentar a iniciativa, entregue na segunda-feira e intitulada “Não à guerra com o Irão”, Sanders afirmou que os ataques ordenados pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, contra a República Islâmica “violam o Direito internacional e correm o risco de desencadear uma guerra regional”.
“Os nossos Pais Fundadores confiaram o poder de declarar guerra exclusivamente aos representantes eleitos do povo no Congresso. É imperativo deixar claro que o Presidente não tem autoridade para iniciar outra guerra dispendiosa sem a autorização explícita do Congresso”, sublinhou o ex-candidato presidencial e senador independente, eleito por Vermont.
Além de Sanders, a resolução conta com o apoio dos senadores Peter Welch, Elizabeth Warren, Jeff Merkley, Chris Van Hollen, Ed Markey, Tammy Baldwin e Tina Smith.
Em paralelo, o senador democrata Tim Kaine apresentou outra resolução que insta o Congresso a realizar “um debate e uma votação imediatos antes de autorizar qualquer ação militar dos Estados Unidos contra o Irão”.
Pelo menos 232 pessoas morreram e mais de mil ficaram feridas nos ataques com mísseis iniciados por Israel a 13 de junho contra o Irão.
Sabemos exatamente onde está escondido o chamado 'líder supremo'. É um alvo fácil, mas está seguro. Não o vamos eliminar (matar), pelo menos por agora.
"Por enquanto" os Estados Unidos não vão matar o líder supremo do Irão, disse Donald Trump.
O presidente norte-americano disse que não quer "mísseis" disparados contra civis ou soldados norte-americanos, mas "a paciência está a esgotar-se".
Numa outra publicação na Truth Social, Trump escreveu em maiúsculas: "RENDIÇÃO INCONDICIONAL!"
A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) afirmou hoje ter "identificado novas provas que mostram impactos diretos nas salas subterrâneas" da instalação nuclear iraniana de Natanz, na sequência de ataques de Israel.
Na segunda-feira, a agência nuclear da ONU tinha dito não ter qualquer indicação a este respeito, lembrando que apenas os edifícios de superfície desta central de enriquecimento de urânio tinham sido afetados pelos ataques israelitas.
A AIEA alterou a agora esta avaliação, "com base na análise contínua de imagens de satélite de alta resolução", de acordo com uma publicação da agência na rede social X.
O diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, disse estar pronto para viajar imediatamente para o Irão, onde estão presentes inspetores da Agência.
"Pela segunda vez em três anos, estamos a assistir a um conflito dramático entre dois Estados-membros da AIEA, no qual as instalações nucleares estão a ser atacadas e a segurança está a ser comprometida", lamentou Grossi, referindo-se à instalação nuclear iraniana de Natanz.
O local tem dezenas de cascatas de centrifugadoras, mais de dez mil destas máquinas são utilizadas para enriquecer urânio a 60%, muito para além do limite de 3,67% estabelecido pelo acordo internacional de 2015 que ofereceu alívio das sanções a Teerão em troca de garantias sobre a natureza pacífica do programa nuclear.
Enriquecido entre 3% e 5%, este urânio é utilizado para abastecer centrais nucleares para a produção de eletricidade. Quando enriquecido até 20%, pode ser utilizado para produzir isótopos médicos, utilizados principalmente no diagnóstico de certos tipos de cancro.
Para fazer uma bomba, o enriquecimento deve ser levado a 90%.
O Governo iraniano pediu hoje à Alta Representante da UE para a Política Externa, Kaja Kallas, que pare de agir como “defensora do agressor”, questionando-a por pedir a contenção do conflito sem condenar Israel.
“Por favor, pare de agir como defensora do agressor. Como pode expressar preocupação com o programa [nuclear] pacífico do Irão, que está sob as mais rigorosas inspeções da AIEA [Agência Internacional da Energia Atómica], e ignorar o facto de que o regime israelita possui um enorme arsenal de armas nucleares?”, declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Ismail Baghaei, numa mensagem publicada na rede social X.
Baghaei reagiu assim à mais recente publicação de Kallas na conta da rede social X, em que esta afirmava: “Todos concordamos que o Irão nunca devia ter tido armas nucleares.”
A chefe da diplomacia europeia pediu também uma “redução do conflito”, assegurando ainda que a UE “fará a sua parte nos esforços diplomáticos”.
No entanto, o porta-voz do MNE iraniano retorquiu: “Como se pode falar em ‘redução do conflito’ sem condenar o agressor e instá-lo a pôr fim à agressão e aos crimes de guerra?”
Pelo menos 232 pessoas morreram e mais de mil ficaram feridas nos ataques com mísseis iniciados por Israel a 13 de junho contra o Irão.
No seguimento do escalar do conflito entre Israel e Irão, o ministro Paulo Rangel informa que a embaixada portuguesa em Teerão está encerrada.
"Assim que possível, será reaberta", acrescenta.
O Irão condenou esta terça-feira o que considerou ser a parcialidade do G7, que não criticou os ataques israelitas no país, mas apelou a um desanuviamento.
“A declaração dos líderes do G7 ignorou claramente a agressão flagrante de Israel contra o Irão”, afirmou o porta-voz da diplomacia iraniana, Esmail Baghai, num comunicado citado pela agência noticiosa oficial IRNA.
Numa declaração conjunta divulgada na segunda-feira, os líderes do G7 afirmaram o direito de Israel a defender-se e acusaram o Irão de ser a “principal fonte de instabilidade e de terrorismo na região”.
“Exortamos a que a resolução da crise no Irão conduza a um abrandamento mais amplo das hostilidades no Médio Oriente, incluindo um cessar-fogo em Gaza”, afirmaram.
Baghai defendeu que o G7 “deve abandonar a retórica unilateral e atacar a verdadeira fonte da escalada: a agressão de Israel”.
“O Irão está a defender-se de uma agressão cruel. Será que o Irão tem realmente outra escolha?”, questionou Baghai, também citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
O G7 reúne as sete economias mais desenvolvidas (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, Reino Unido, França, Itália e Japão), mais a União Europeia.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou esta terça-feira que o abandono antecipado da reunião do Grupo dos Sete, no Canadá, não tem "nada a ver" com um cessar-fogo entre Israel e o Irão, é "muito maior do que isso".
"O Presidente Emmanuel Macron, de França, procura publicidade e disse erradamente que eu deixei a Cimeira do G7, no Canadá, para voltar a Washington para trabalhar num cessar-fogo entre Israel e o Irão. Errado!", escreveu Trump na sua rede social Truth Social, pouco depois de embarcar no Air Force One para um voo com destino à capital norte-americana.
"Ele não faz ideia porque é que eu estou agora a caminho de Washington, mas certamente não tem nada a ver com um cessar-fogo. É muito maior do que isso", escreveu Trump. "De propósito ou não, Emmanuel engana-se sempre. Fiquem atentos!", acrescentou o chefe de Estado dos Estados Unidos, que convocou de urgência o Conselho de Segurança Nacional (NSC, na sigla em inglês) em Washington, antes de sair do Canadá.
Trump deu ordens aos membros do NSC para que se reunissem na sala de crise da Casa Branca, onde chegará vindo do Canadá, após ter abandonado abruptamente a Cimeira do G7 em Kananaskis (Montanhas Rochosas canadianas), alegadamente por causa do conflito armado entre Israel e o Irão.
O líder norte-americano recusou-se a falar aos jornalistas sobre a reunião. “Tenho de regressar cedo”, disse Trump, que evitou uma pergunta sobre a reunião do NSC.
O porta-voz da Casa Branca, Alex Pfeiffer, escreveu na rede social X na segunda-feira à noite que as forças norte-americanas “estão numa posição defensiva” no Médio Oriente “e isso não mudou”.
“Defenderemos os interesses americanos” na região, acrescentou, quando o conflito entre Israel e o Irão entra na quinta noite consecutiva.
"O que se vê em tempo real é a paz através da força e a América em primeiro lugar. Estamos numa posição defensiva na região, para sermos fortes, em busca de um acordo de paz, e esperamos certamente que seja isso que aconteça", disse, pelo seu lado, o secretário da Defesa Pete Hegseth, entrevistado na Fox News também na segunda-feira.
"E o Presidente (Donald) Trump deixou claro o que está em cima da mesa. A questão é se o Irão vai aceitar", acrescentou o líder do Pentágono.
As declarações sobre a postura “defensiva” das forças americanas surgem numa altura em que os meios de comunicação israelitas sugerem que as forças norte-americanas podem estar diretamente envolvidas em ataques contra o Irão.
Entretanto, o porta-aviões americano Nimitz, que se encontrava no Mar do Sul da China, virou para oeste e dirige-se para o Médio Oriente, confirmou um funcionário do Pentágono.
Está atualmente a subir o estreito de Malaca, entre a ilha indonésia de Sumatra e a Malásia.
Portais na internet que geolocalizam em tempo real as posições dos aviões em todo o mundo identificaram o movimento de cerca de trinta aviões de abastecimento norte-americanos no domingo à noite, que se descolaram dos Estados Unidos em direção a várias bases militares na Europa.
Israel, aliado dos Estados Unidos, lançou na sexta-feira uma campanha aérea maciça, de uma dimensão sem precedentes, contra o Irão, visando centenas de instalações militares e nucleares, com o objetivo declarado de impedir que este país adquira armas nucleares. O Irão tem respondido com uma sucessão de salvas de mísseis.
O Presidente dos Estados Unidos apelou através da sua rede social Truth Social para que "toda a gente se retire de Teerão imediatamente".
"O Irão devia ter assinado o acordo quando eu lhes disse para assinarem. Que vergonha e que desperdício de vidas humanas. Para simplificar, o IRÃO NÃO PODE TER ARMAS NUCLEARES", escreveu ainda.
Os Estados Unidos já estão a ajudar Israel a intercetar os mísseis iranianos apontados ao seu território.
Os líderes do G7 afirmaram o direito de Israel a "defender-se", acusaram o Irão de ser a "principal fonte de instabilidade e de terrorismo na região" e apelaram à "proteção dos civis", segundo uma declaração conjunta.
No mesmo texto, assinado esta segunda-feira, afirmaram que têm "sido consistentemente claros quanto ao facto de o Irão nunca poder ter uma arma nuclear".
"Exortamos a que a resolução da crise no Irão conduza a um abrandamento mais amplo das hostilidades no Médio Oriente, incluindo um cessar-fogo em Gaza", escreveram ainda os líderes do G7.
O exército israelita anunciou esta terça-feira ter efetuado "vários ataques em grande escala" durante a noite contra alvos militares no oeste do Irão, quando os dois países somam já cinco consecutivos em confronto bélico.
"Durante os ataques, dezenas de instalações de armazenamento e lançamento de mísseis terra-terra foram atingidas", assim como "lançadores de mísseis terra-ar e locais de armazenamento de drones" no oeste do Irão, afirmou o exército em comunicado.
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