"Nada é absoluto." Ministra da Saúde admite "exceções" a ordem para alterar férias dos médicos
A indicação consta de um despacho que aguarda publicação. Ana Paula Martins reafirma que é preciso garantir, com antecedência, a resposta do Serviço Nacional de Saúde no inverno
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O despacho, este sábado revelado pelo jornal Público, prevê que, "tendo em vista assegurar a resposta do SNS", as administrações das Unidades Locais de Saúde, que incluem hospitais e centros de saúde, "devem proceder à imediata reanálise dos planos de férias dos profissionais que integram as equipas do serviço de urgência". E que, nos casos em que a equipa não possa estar completa, as férias devem ser alteradas.
Apesar disso, Ana Paula Martins garante que pode haver casos em que as férias possam ser mantidas. Em declarações registadas pela SIC Notícias, a ministra da Saúde reafirma que é preciso assegurar, com antecedência, que o SNS responde a quem precisa.
"Temos a necessidade absoluta de, com três meses de antecedência, garantir que temos as escalas completas; e quando não as temos, garantir que conseguimos encontrar soluções". A ministra explica que o objetivo do despacho é esse, e que o documento também prevê situações excecionais.
"Se, de repente, existe, por uma questão familiar ou pessoal, a necessidade de determinado médico precisar de ter mesmo, naquele período, essas férias, e não as ter marcado, antecipadamente, naturalmente que a administração (...) pode fazer essa alteração. Nada é absoluto".
Antes destas palavras da ministra da Saúde, a Federação Nacional dos Médicos já tinha mostrado desagrado com a ordem do Ministério. Em declarações à TSF, Joana Bordalo e Sá, presidente da FNAM, sublinhou que é mais uma medida que não ajuda a manter os médicos no SNS.