"Estão a deixar arder o interior": Covilhã "entregue a si própria", Chaves com cinco mil hectares queimados
O incêndio em Mirandela fez uma vítima mortal. O autarca Vítor Correia adianta à TSF que morreu uma pessoa durante a noite que, enquanto trabalhava em zona de corta-fogos, teve "um acidente com uma máquina"
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O autarca da Covilhã adianta que é "muito grave" a situação vivida no concelho devido ao fogo que lavra nesta região. Em declarações à TSF, Vítor Pereira relata que "o grave problema" deste incêndio é a "falta de meios".
"Estamos no meio de uma localidade denominada Dominguizo, que está a ser assolada pelas chamas, numa parte substancial do seu perímetro. Estamos a fazer o que é possível", conta.
O presidente da câmara municipal da Covilhã explica que os meios aéreos não puderam operar durante o dia devido à densa coluna de fumo.
Estamos entregues a nós próprios. Se não fosse a generosidade, a força e a coragem dos nossos populares, isto seria ainda pior do que está a ser.
Os moradores da região de Dominguizo já estão confinados, sendo que as chamas avançaram para Vales do Rio e Unhais da Serra, onde um hotel esteve cercado pelo fogo. "Temos lá bombeiros que estão a fazer uma defesa perimétrica ao hotel", afirma.
A icónica Torre, o "sítio mais alto de Portugal", também já foi afetada pelo fogo.
As chamas em Unhais da Serra, na Covilhã, ameaçaram vários alojamentos locais, sendo que os moradores e turistas já foram aconselhados a deslocarem-se para um ponto de encontro. Em declarações à TSF, proprietários notam a "postura muito estranha" das aeronaves, que "só aparecem" quando a situação já é "incontrolável".
Teresa Aparício, proprietária de um alojamento local nesta região, adianta que a GNR ordenou a evacuação das casas e pediu aos populares para que se deslocassem para a Prainha, sendo este o ponto de encontro.
"O cenário está muito feio mesmo", diz.
Pedro Duarte, que também possui um alojamento local em Unhais da serra, conta que o fogo veio de Seia em direção à aldeia, que viveu "um inferno".
"Uma hora antes do fogo passar por cá, passou cá a GNR a avisar para sairmos daqui. Aqui no bairro da Pedreira, em Unhais da Serra, ao pé do H2otel, a população foi toda embora. Fiquei cá eu e mais dois vizinhos. Entretanto, veio aqui um amigo, o senhor Vítor, que é um herói, ficou-me a ajudar aqui a molhar e a segurar a casa. Depois, foi um inferno", assegura.
Num alojamento local ao lado do seu, uns clientes procuram fugir "em pânico" do fogo e acabaram por capotar no bairro da Pedreira.
"Os bombeiros estavam com medo, atacaram só aqui na rua, não atacaram por trás das casas. Eu e o senhor Vítor estivemos por trás das casas, que tem uma encosta e conseguimos fazer o possível", relata.
Pedro Duarte afirma agora que o "pior já passou", mas garante que vai ficar no local para vigiar possíveis reacendimentos.
Ninguém vai defender a casa por nós. Estávamos entregues a nós próprios. Ponto Final. E o que está aqui a passar é uma coisa muito grave.
O proprietário confessa "estranhar" as decisões tomadas no combate às chamas, afirmando que as aeronaves "só aparecem" quando a situação é "incontrolável".
"Eu já estou cá há uma semana e houve aqui situações em que não atacam o incêndio inicial. Deixam arder quando não está vento. Quando o vento começa a entrar, há reacendimentos, e só aí é que aparecem os helicópteros para atacar. Mas, nesse momento, já é incontrolável", acusa.
Pedro Duarte entende que está é uma "postura muito estranha" por parte dos meios aéreos, que não aparecem "na janela de oportunidade, em que há visibilidade".
Estão a deixar arder isto tudo. Estão a deixar arder o interior. É uma coisa inacreditável.
A circulação na linha da Beira Baixa entre Lardosa e o Fundão está cortada assim como a circulação na Autoestrada 23 (A23) entre o nó da Lardosa e Fundão Sul e a Estrada Nacional (EN) 18 entre Soalheira e Alpedrinha.
Segundo fonte do Comando Territorial de Castelo Branco da GNR, pelas 20:10, estava cortada a ferrovia da Beira Baixa entre a freguesia de Lardosa (concelho de Castelo Branco) e a cidade do Fundão.
A mesma fonte adiantou à agência Lusa que a A23 está interditada entre o nó de Lardosa (Castelo Branco) e Fundão Sul e a EN 18 está cortada entre Soalheira e Alpedrinha, no concelho do Fundão.
Estas interdições estão em vigor desde as 18:00 e são provocadas pelo incêndio que lavra no concelho do Fundão, que está já no perímetro urbano de Soalheira.
As alternativas a estas vias de comunicação passam pelo recurso à EN 233 , em direção a S. Miguel D'Acha-Capinha-Peroviseu e sair em Alcaria.
Este incêndio, que deflagrou no dia 13 (quarta-feira) em Arganil, no distrito de Coimbra, já se estendeu também aos concelhos de Pampilhosa da Serra e Oliveira do Hospital (distrito de Coimbra), Seia (Guarda) e Covilhã e Castelo Branco (Castelo Branco).
Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro.
O incêndio que lavra em Chaves, vindo da Galiza (Espanha), já terá atingido os cerca de cinco mil hectares de área ardida, mantendo às 20:00 duas frentes ativas, estando uma a ceder aos meios, segundo a Proteção Civil.
O comandante sub-regional do Alto Tâmega e Barroso, Artur Mota, disse à agência Lusa que se estima que o fogo que entrou na terça-feira em Chaves, pela aldeia transfronteiriça de Cambedo da Raia, tenha consumido uma área a rondar os cinco mil hectares.
As chamas consumiram mato, floresta e zonas de olival, soutos e vinha.
O incêndio rural na Pampilhosa da Serra continua ao início da noite de hoje sem frentes ativas, como de manhã, mas com alguns pontos quentes, depois de um dia marcado por “dezenas de reacendimentos”, afirmou o presidente do município.
O incêndio na Pampilhosa da Serra, que deflagrou no concelho vizinho de Arganil há uma semana, tem agora “pequenos focos e pontos quentes”, disse à agência Lusa Jorge Custódio.
Neste concelho do interior do distrito de Coimbra, o dia foi marcado por “dezenas e dezenas de reacendimentos” num perímetro extenso, em que o vento não ajudou, notou o autarca.
De acordo com o presidente da Câmara Municipal, bombeiros e também populares, “com carros próprios e tanques”, conseguiram apagar os reacendimentos que se foram multiplicando pelo perímetro, ao longo do dia.
“Esperemos que agora, entre o final do dia e o início da noite, consigamos consolidar todos estes pontos quentes para começarmos a ter algum sossego”, salientou Jorge Custódio.
Segundo o autarca, espera-se agora uma noite de trabalho de consolidação do perímetro do incêndio.
Além de Arganil e Pampilhosa da Serra, no distrito de Coimbra, este grande incêndio estendeu-se ao distrito da Guarda (Seia) e Castelo Branco (Castelo Branco, Fundão e Covilhã).
Segundo um relatório provisório do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), este incêndio que começou há uma semana já consumiu mais de 40 mil hectares.
O continente português registou até às 17:00 de hoje 65 incêndios, especialmente no Norte e Centro, nos quais estiveram empenhados 1.714 operacionais, com o apoio de 456 veículos e 174 missões aéreas.
Num balanço do dia de incêndios rurais feito pelo segundo comandante Nacional de Emergência e Proteção Civil, José Ribeiro, na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), em Carnaxide, foi divulgado também que na tarde de hoje havia cinco incêndios mais preocupantes, dois deles começaram esta quarta-feira.
Os incêndios de Piódão, no distrito de Coimbra, Santo António, na Guarda, e Vilar de Perdizes, em Montalegre, vêm de dias anteriores, e os de Figueira de Castelo Rodrigo e Valongo, que deflagraram hoje também são considerados preocupantes.
Um incêndio atingiu a zona industrial da Cocanha, em Chaves, ameaçou várias empresas e queimou, pelo menos, uma grande quantidade de lenha para venda, obrigando à união de esforços entre bombeiros, funcionários e proprietários.
Testemunhas no local disseram à agência Lusa que na empresa de venda de lenha estavam armazenadas cerca de 200 toneladas, estando o fogo a consumir uma grande parte desta material.
Vinte e duas pessoas condenadas pelo crime de incêndio florestal com pena suspensa estão neste momento obrigadas a permanecer em casa com pulseira eletrónica, entre os meses de julho e setembro.
De acordo com os dados avançados à Lusa pela Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), há 105 pessoas com pena de prisão suspensa por crime de incêndio florestal e, deste total, “22 têm a condição de obrigação de permanência na habitação com vigilância eletrónica no período de maior incidência de risco de fogos florestais, decretado pela proteção civil”.
O período de maior incidência de risco de fogo foi definido pela proteção civil e estabelece os meses de julho, agosto e setembro como os mais críticos.
A possibilidade de determinar que uma pessoa condenada pelo crime de incêndio florestal com pena suspensa fique com pulseira eletrónica durante os meses de maior calor está prevista na lei há oito anos.
Desde 2017, ano em que o país ficou marcado pelos incêndios de Pedrógão e de outubro, que o tribunal pode decidir pela obrigação de permanência na habitação com vigilância eletrónica “para o período coincidente com os meses de maior risco de ocorrência de fogos”, lê-se na respetiva lei.
Esta segunda-feira, o PAN entregou um projeto de lei na Assembleia da República para que, através da alteração do Código Penal, todos os condenados pelo crime de incêndio florestal que estejam em liberdade sejam obrigados a utilizar pulseira eletrónica entre maio e outubro.
Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro.
Os fogos provocaram três mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, alguns com gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.
Segundo os dados provisórios, até 20 de agosto arderam mais de 222 mil hectares no país, ultrapassando a área ardida em todo o ano de 2024.
Uma das frentes do incêndio rural de Seia passou hoje à tarde para o concelho da Covilhã e avança em direção às Penhas da Saúde e Unhais da Serra, afirmou o município covilhanense.
A frente que progredia no Alvoco da Serra, no concelho de Seia (distrito da Guarda), passou para o concelho da Covilhã (distrito de Castelo Branco), estando a avançar “da zona da Torre [da Serra da Estrela] para a zona das Penhas da Saúde e Unhais da Serra”, afirmou a Câmara Municipal da Covilhã, numa publicação na rede social Facebook.
Já a frente do fogo de Taliscas que progride em direção às localidades de Dominguizo e Vales do Rio continua a motivar “forte preocupação”, tendo obrigado ao corte de uma estrada municipal, acrescentou a autarquia.
O presidente da Junta de Alvoco da Serra, Carlos Belarmino, disse à agência Lusa que o incêndio já terá chegado à Torre da Serra da Estrela e evolui para o Centro de Limpeza de Neve da Infraestruturas de Portugal.
Segundo o autarca, a sede de freguesia continua com frentes preocupantes, que durante a tarde estiveram próximas de habitações.
Os incêndios em Seia e na Covilhã têm como origem o fogo que deflagrou há uma semana no Piódão, em Arganil, no distrito de Coimbra, e que se estendeu aos distritos de Castelo Branco e Guarda.
Segundo um relatório provisório do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, este incêndio já atingiu uma área de mais de 40 mil hectares.
O fogo que lavra no Fundão está a chegar ao perímetro urbano da localidade de Soalheira, informou hoje a Câmara Municipal, acrescentando que está a ser ponderado o corte da A23 e da EN 18.
“O fogo está a chegar ao perímetro urbano da localidade de Soalheira e encontra-se no alto da serra da Gardunha, prevendo-se a descida da encosta em direção à aldeia histórica de Castelo Novo”, divulgou este município do distrito de Castelo Branco, numa nota publicada na sua rede social de Facebook.
A Câmara do Fundão adiantou ainda que está a ser ponderado o corte da Autoestrada 23 (A23) e da Estrada Nacional (EN) 18 e pede à população que evite deslocações desnecessárias para evitar riscos e para não interferir com as operações de socorro.
Entretanto, o fotojornalista da agência Lusa em serviço no local confirmou, às 18:30, o corte da A23, nos dois sentidos, em direção a norte, no sentido Lardosa-Fundão.
Este incêndio, que deflagrou no dia 13 (quarta-feira) em Arganil, no distrito de Coimbra, já se estendeu também aos concelhos de Pampilhosa da Serra e Oliveira do Hospital (distrito de Coimbra), Seia (Guarda) e Covilhã e Castelo Branco (Castelo Branco).
Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro.
Os fogos provocaram três mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, alguns com gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.
Segundo os dados provisórios, até 20 de agosto arderam mais de 222 mil hectares no país, ultrapassando a área ardida em todo o ano de 2024.
A Assembleia da República aprovou esta quarta-feira, por unanimidade, os pedidos para a realização de um debate extraordinário na comissão permanente, com o primeiro-ministro, na próxima quarta-feira à tarde, sobre a coordenação do combate aos incêndios.
As propostas do Chega e do PCP foram levadas a votação numa reunião extraordinária da conferência de líderes e aprovadas por unanimidade, disse aos jornalistas o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, no final do encontro.
A Autoestrada 24 (A24) está cortada ao trânsito na zona de Chaves, entre os nós do Casino e Vila Verde da Raia, devido à reativação do incêndio que atravessou a fronteira vindo da Galiza, segundo a GNR.
Fonte da GNR disse que a A24 foi cortada pelas 15h20, em consequência de uma forte reativação do fogo, junto a empresas, no parque empresarial de Chaves, no norte do distrito de Vila Real.
No local foram concentrados meios terrestres e aéreos para combater as chamas.
Pelas 15h00, segundo a página da Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), estavam no local 345 operacionais, 112 meios terrestres e três meios aéreos.
A Polícia Judiciária (PJ) deteve este ano, pelo menos, 52 suspeitos do crime de incêndio florestal e cerca de metade das detenções aconteceram durante este mês de agosto.
De acordo com a informação que consta nos comunicados publicados pela PJ e consultados pela Lusa, entre o dia 1 de janeiro e o dia 20 de agosto, a maioria das detenções foi feita em coordenação com a Guarda Nacional Republicana (GNR) e 25 suspeitos foram presos durante este mês de agosto.
As detenções feitas pela PJ decorrem das investigações abertas, mas há também a registar 42 detenções em flagrante delito pela GNR entre 1 de janeiro e 13 agosto, além da identificação de 566 suspeitos do crime de incêndio florestal.
Somando os dados da PJ e da GNR, foram já detidas este ano, pelo menos, 94 pessoas, quase tantas como em 2024, ano em que, de acordo com o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2024, foram feitas 99 detenções pela PJ, GNR e PSP.
A GNR registou ainda 5.996 incêndios florestais e, em relação aos casos que ficaram sob a sua competência - outros passaram para a Polícia Judiciária -, foi possível apurar que 30,2% dos incêndios foram causados pelo uso do fogo, 24% resultaram de incendiarismo, 23,2% tiveram causa indeterminada, 14,5% origem acidental, 6,6% ocorreram por reacendimento, 1% foram casos naturais e 0,5% foram de origem estrutural.
Em relação a condenações e medidas preventivas, a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) adiantou à Lusa que estão nas cadeias portuguesas 109 presos relacionados com o crime de incêndio florestal - 42 condenados, 24 inimputáveis, 39 a aguardar julgamento em prisão preventiva e 4 a aguardar que a decisão transite em julgado.
No ano passado, também de acordo com o RASI, 24 pessoas ficaram em prisão preventiva e foram constituídos 859 arguidos.
Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro, num contexto de temperaturas elevadas que motivou a declaração da situação de alerta desde 2 de agosto.
Os fogos provocaram três mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, na maioria sem gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.
Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual chegaram dois aviões Fire Boss para reforço do combate aos fogos.
Segundo dados oficiais provisórios, até 19 de agosto arderam mais de 201 mil hectares no país, mais do que a área ardida em todo o ano de 2024.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil confirma a chegada de um helicóptero francês a Portugal para ajudar no combate a incêndios.
"No âmbito do Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia, acionado pelo Estado português no dia 15 de agosto, chega esta tarde à Base Aérea de Monte Real um helicóptero Super Puma, enviado pelo governo francês", lê-se numa nota a que a TSF teve acesso.
A aeronave tem capacidade para descargas de três mil litros de água e "chega acompanhado por uma equipa de cinco elementos".
A Proteção Civil refere ainda que o Super Puma vai começar a operar ao início da manhã de quinta-feira, estando previsto permanecer em território nacional, pelo menos, até ao próximo domingo.
O incêndio que lavra em Castelo Branco destruiu, ao início da madrugada, uma casa de primeira habitação na localidade de Casal da Serra, na freguesia de São Vicente da Beira, informou a Câmara Municipal.
Numa nota publicada na rede social Facebook, pelas 12h40, a Câmara de Castelo Branco explicou que, neste momento, "não existem habitações em perigo" no concelho, mas "lamenta a destruição de uma casa de primeira habitação na localidade de Casal da Serra, na freguesia de São Vicente da Beira".
"A casa ardeu por completo ao início da madrugada".
Segundo a autarquia, durante a noite e madrugada, o combate às chamas decorreu, sobretudo, no perímetro de Casal da Serra, Torre, Louriçal do Campo, no Bairro do Caldeira, em São Vicente da Beira e na área envolvente da Capela da Senhora da Orada.
"Apesar da evolução mais amena do incêndio, regista-se um combate às chamas com alguma preocupação na zona da Ribeira de Eiras e Vale da Figueira".
O incêndio que lavra no concelho do Sabugal desde sexta-feira está ao início da tarde desta quarta-feira em fase de rescaldo nas duas frentes que ainda continuavam ativas, em Santo Estêvão e no concelho de Penamacor.
"Os operacionais mantêm-se no terreno em trabalhos de vigilância e consolidação para evitar os reacendimentos, como aconteceu na tarde de terça-feira, mas já podermos dizer que o fogo está em fase de rescaldo", disse o presidente da Câmara do Sabugal, Vítor Proença, à agência Lusa.
Segundo o autarca, a redução significativa das temperaturas e a subida da humidade relativa durante a noite foram uma ajuda no combate às chamas. No entanto, Vítor Proença permanece cauteloso porque, que nos últimos dias, a situação mudou ao final da manhã, com a subida das temperaturas e o aumento da força do vento.
Luís Paulo Costa, presidente da Câmara Municipal de Arganil, onde começou há uma semana um dos maiores fogos deste verão, acaba de dizer à TSF o que espera ouvir amanhã do Governo: quer saber que soluções há tanto para os prejuízos privados como os públicos — por exemplo, o que fazer com as bacias hidrográficas que agora estão cobertas de cinzas.
Vai chegar, ainda esta quarta-feira, um reforço da ajuda internacional para o combate aos incêndios que atingem Portugal desde os últimos dias de julho. A TSF sabe que França vai enviar um helicóptero pesado Super Puma, que chega esta tarde a Portugal.
A TSF já contactou a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil para tentar saber mais detalhes, nomeadamente onde e quando é que este helicóptero francês vai entrar ao serviço, mas, até agora, não temos qualquer resposta.
O presidente da Câmara Municipal do Fundão, Paulo Fernandes, pede na TSF mais meios no combate ao fogo até ao final da manhã e princípio da tarde. Neste incêndio que chegou há três dias de Arganil, os meios aéreos só esta quarta-feira conseguiram entrar em ação, porque, até aqui, o fumo não o permitiu.
Nesta altura, é preciso garantir que as chamas não chegam a várias aldeias que estão no caminho do incêndio, como a localidade histórica de Castelo Novo.
O presidente da Câmara do Fundão teme o que pode acontecer durante a tarde. Por isso, apela ao envio "urgentíssimo" de mais meios terrestres.
Esta morte vem somar-se à de um ex-autarca, na Guarda, e de um bombeiro, na Covilhã. São assim três as vítimas mortais nesta vaga de fogos que afeta o país há várias semanas.
O incêndio em Mirandela fez uma vítima mortal. O autarca Vítor Correia adianta à TSF que morreu uma pessoa durante a noite que, enquanto trabalhava em zona de corta-fogos, teve "um acidente com uma máquina". Terá caído dessa máquina, avança ainda.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, convocou para amanhã, quinta-feira, um Conselho de Ministros extraordinário para aprovar medidas de apoio às populações afetadas pelos incêndios florestais.
Duas estradas do distrito da Guarda e uma do distrito de Coimbra estavam, ao final da manhã desta quarta-feira, cortadas devido aos incêndios rurais, anunciou a GNR.
Em comunicado, a GNR referiu que, às 11h45, estavam cortadas no distrito de Guarda, nos dois sentidos, as Estradas Nacionais (EN) 230, entre Barriosa e Covilhã, e 231, entre Pedras Lavradas e Cruz Fontão.
No distrito de Coimbra, encontrava-se também cortada nos dois sentidos a EN 236, entre Alfocheira e Castanheira de Pera.
Marcelo Rebelo de Sousa já enviou as condolências à família do operacional de Mirandela.
Numa nota publicada na página da Presidência da República, lê-se:
Em Castelo Branco, o trabalho dos bombeiros durante a madrugada aparenta estar a dar resultados. Mantêm-se duas frentes ativas, mas a situação está mais calma, diz à TSF o autarca Leopoldo Rodrigues.
O trabalho dos bombeiros em Castelo Branco contou até agora com pouca presença de meios aéreos, devido a uma nuvem de fumo criada pelo fogo. Leopoldo Rodrigues espera que hoje seja possível recorrer com mais frequência às aeronaves.
No Sabugal, no distrito da Guarda, a situação está, esta manhã, mais calma. O autarca Vítor Proença explica à TSF que, se as condições climatéricas se mantiverem favoráveis, as chamas podem ser controladas em breve.
A Câmara Municipal do Sabugal vai comprar forragens para alimentar "as 12 mil cabeças de gado" que ficaram sem zonas de pasto.
Vítor Proença refere que, além da ajuda aos produtores agrícolas, a prioridade será também restabelecer as telecomunicações que arderam: "Não vai ser fácil", considera.
O autarca refere ainda, nestas declarações à TSF, que na reunião de câmara desta manhã vai ser discutida a possibilidade de pedir ao Estado que decrete o estado de calamidade para o município do Sabugal.
O Presidente da República apresenta os sentidos pêsames a Família do Operacional de entidade colaboradora da Câmara Municipal de Mirandela vitimado por um acidente relacionado com o combate a um incêndio, estendendo as suas condolências ao Município na pessoa do seu Presidente.
O homem que ficou ferido com gravidade no incêndio no Sabugal, na terça-feira, apresenta “uma queimadura extensa”, estando a ser “avaliado e estabilizado” no serviço de urgência do Hospital de São João, no Porto, adiantou à Lusa fonte hospitalar.
Leia também: Incêndio no Sabugal provoca um ferido grave: homem de 45 anos foi "apanhado pelas chamas"
As temperaturas voltam a descer esta quarta-feira, mas o vento vai continuar a soprar com intensidade no litoral e nas terras altas. É o que adianta à TSF a meteorologista Cristina Simões, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera.
Já a partir de quinta-feira e sexta-feira, o calor deverá regressar.
O secretário de Estado da Proteção Civil, Rui Rocha, reconheceu que possa ter havido "alguma descoordenação momentânea" no combate aos incêndios devido à "complexidade do teatro de operações".
Em entrevista na terça-feira à noite à SIC Notícias e quando questionado se houve uma falta de preparação para esta época de incêndios, Rui Rocha disse: "Podemos admitir, aqui ou noutro momento, por aquilo que dou nota, da complexidade dos teatros de operações, que possa haver alguma descoordenação momentânea."
"Aquilo que o dispositivo, a forma como tem respondido, apesar de todas estas incidências [de incêndio], julgo que tem sido uma resposta positiva. Com as lacunas que temos verificado, mas, de facto, tentando balancear todo um dispositivo nacional", referiu.
De acordo com o secretário de Estado, o Governo "deve fazer a preparação de um conjunto de políticas", no que diz respeito a "prevenção, organização do território, de valorização da floresta e da responsabilidade coletiva."
Na entrevista, Rui Rocha justificou que este ano têm surgido "circunstâncias anormais", como as trovoadas secas e ventos convectivos, que agravaram a situação, sublinhando não haver memória neste século de um período tão prolongado de condições meteorológicas adversas.
Bom dia! Acompanhe todos os desenvolvimentos dos incêndios em Portugal através deste liveblog.
Aqui pode encontrar e saber o que aconteceu ontem.
A esta hora, o incêndio que mobiliza mais meios é o de Arganil: 1590 bombeiros apoiados por 536 veículos.
