"Ainda não vi o plano." Ministra do Ambiente não confirma construção de novas barragens
Maria da Graça Carvalho diz à TSF que, só após receber a estratégia elaborada pelo grupo Água que Une e de uma conversa com o primeiro-ministro, "será tomada uma decisão" sobre gestão eficaz da água. Quanto a Portugal descer dois lugares no Índice de Desempenho das Alterações Climáticas, vai pedir explicações
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A ministra do Ambiente, Maria da Graça Carvalho, não confirma à TSF que o Governo esteja a planear a construção de três novas barragens, no Baixo Vouga, no Mondego e em Alportel, como adiantou o jornal Público na segunda-feira. Admite, sim, a existência de um grupo de trabalho, o Água que Une, a preparar um plano para apresentar ao Executivo no início de dezembro, assegurando que ainda não o conhece.
"Esta semana, sei que estão em consultas com várias partes interessadas — da agricultura, à indústria, ao setor urbano — e vão apresentar-nos um conjunto muito alargado de opções, de infraestruturas, de outros sistemas de gestão da água, necessidades de informatização. Portanto, uma série de coisas que nós lhes pedimos. Eu ainda não vi esse plano"
Com o ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, e o responsável pela pasta da Economia, Pedro Reis, os três governantes "irão falar com o senhor primeiro-ministro e haverá uma decisão".
Novo ranking "não é claro"
A ministra do Ambiente revela à TSF que vai pedir explicações às organizações responsáveis pela elaboração do Índice de Desempenho das Alterações Climáticas, que coloca Portugal no 15.º lugar, caindo duas posições relativamente ao ano passado. Mesmo assim, o país luso continua na lista dos mais bem classificados.
A governante não compreende este novo ranking, já que "a prestação [do país] subiu" no que à política climática, à emissão de gases com efeito de estufa e à utilização de energias renováveis diz respeito. "Não é claro", atira.
Outra dúvida da ministra prende-se com uma conclusão da associação ambientalista Zero, que avaliou dados relativos ao uso de combustíveis rodoviários - com o carro a dominar as deslocações - e à área florestal ardida até setembro deste ano, assinalando que as emissões de gases para a atmosfera devem aumentar este ano.
Maria da Graça Carvalho é concludente: "Qualquer julgamento é abusivo, não tem uma base científica." Aliás, tendo em conta os dados de que dispõe, o país "tem um bom comportamento" nestas matérias. Sublinha igualmente que os setores da floresta e dos transportes preocupam o Governo de Luís Montenegro.
