"É a polícia que está em causa." Bastonário dos advogados defende que PSP tem de esclarecer "tudo" sobre caso de Odair Moniz
O Ministério Público levantou suspeitas de que uma arma branca pode ter sido colocada no local, não se sabendo ainda quando, nem por quem. Em declarações à TSF, João Massano considera que a situação é grave e, por isso, "tem de ser tudo muito bem esclarecido"
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O bastonário da Ordem dos Advogados pede à PSP que esclareça, na totalidade, as dúvidas sobre a presença de uma faca no local onde Odair Moniz foi morto há um ano.
Depois de o Ministério Público ter levantado suspeitas de que aquela arma branca pode ter sido colocada no local, não se sabendo ainda quando, nem por quem, esta terça-feira, o jornal Público dá conta de imagens que mostram que a faca só aparece 27 minutos depois do momento em que Odair é baleado.
Ouvido na Revista de Imprensa Comentada da TSF, esta manhã, João Massano, bastonário da Ordem dos Advogados, considera que, a ser verdade, é uma situação grave, que tem de ser completamente explicada.
"O que me preocupa é o facto de a tal arma branca ter surgido depois da morte de Odair Moniz, porque coloca em causa a credibilidade da polícia e é isso que não posso aceitar que aconteça. Tem de ser tudo muito bem esclarecido", explica à TSF João Massano.
O bastonário considera que, caso não seja tudo clarificado, "é a polícia que está em causa". "É isso que não podemos permitir. Tem de haver um esclarecimento total das circunstâncias e tomadas as providências, se isto for verdade, por parte da polícia para que tal situação não se volte a repetir", acrescenta.
Odair Moniz foi morto pela PSP na madrugada de 21 de outubro de 2024, no bairro da Cova da Moura, na Amadora. O julgamento começa esta quarta-feira no tribunal de Sintra e tem um único arguido: o polícia que disparou os dois tiros fatais.