A sondagem da Pitagórica para TSF-JN-TVI-CNN Portugal mostra que 70% preferem que não haja eleições. Se tal ocorrer, 55% dos inquiridos defendem que Montenegro deve dar lugar a outra pessoa. Mais de 40% discordam do primeiro-ministro quando afirma que não cometeu crime ou falha ética
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Embora a grande maioria dos inquiridos (70%) prefira que não haja eleições antecipadas e que tudo continue como está, existe a possibilidade de tal ocorrer, caso se concretize um eventual chumbo da moção de confiança apresentada pelo Governo.
Ora, nesse cenário, 55% defendem que Luís Montenegro deve afastar-se, não sendo candidato nessas eventuais eleições legislativas antecipadas. Mesmo entre quem diz ter votado na AD, 38% consideram que Montenegro deve ceder lugar a outra pessoa.
Pelo contrário, 40% defendem que o primeiro-ministro deve recandidatar-se e essa é a vontade maioritária entre os eleitores da AD (59%) e da Iniciativa Liberal (62%).
Mas a nota dominante é a de que os portugueses não querem eleições, nem apoiam que o Governo possa provocar a antecipação, com 60% a considerarem que Luís Montenegro deve respeitar o resultado da moção de censura que foi chumbada, permitindo a governação. Aliás, 77% consideram que Pedro Nuno Santos fez bem em evitar a queda do Governo.
Perante a afirmação de Luís Montenegro de que não cometeu qualquer crime ou falha ética, 43% discordam do primeiro-ministro (entre eles mais de 20% AD) e 39% concordam.
Já sobre o caso que desencadeou a crise política, a sondagem mostra que, de uma semana para a outra, aumentou o número daqueles que consideram “insuficientes” as respostas de Luís Montenegro sobre a venda da empresa à família. Antes, eram 44% e subiram 15 pontos para 59%. Junto do eleitorado da AD a subida é considerável: de 20%, na primeira semana, passa para 42% o número de inquiridos que consideram as explicações “insuficientes”.
Em paralelo, entre as duas semanas, desceu o número de quem não se sentiu esclarecido pelas palavras de Luís Montenegro (de 41% para 36%).
Em relação à Spinunviva, mais de metade (55%) dos inquiridos consideram “aceitável” que a empresa da família do primeiro-ministro exerça atividade privada. 39% defendem que não, 59% pensam que os clientes da Spinunviva podem ser beneficiados (41% entre eleitores da AD), mas para 33% não haverá qualquer situação de benefício.
A maioria (56%) considera “suficiente” que Luís Montenegro tenha passado a empresa, primeiro à mulher e depois aos filhos. Bem abaixo, 36%, ou seja, um terço dos inquiridos, defende que melhor teria sido encerrar a empresa.
Com debate sobre a moção de confiança marcado para esta terça-feira, e apesar de Marcelo Rebelo de Sousa até já ter apontado maio como o mês provável para eleições, existe um empate de opiniões sobre o que fazer se, por acaso, o Presidente da República afastasse o cenário de eleições. 44% consideram que o PSD deveria insistir em eleições, 43% defendem que o PSD deveria apresentar um novo primeiro-ministro.