Afonso Reis Cabral: "Ainda hoje olhamos para a nossa história pelo monóculo de Eça"
O presidente da Fundação Eça de Queiroz e trineto do escritor oitocentista diz que os escritores mostram um país ao espelho. O também escritor será um dos oradores da cerimónia de atribuição de honras de Panteão Nacional a Eça de Queiroz, no dia 8 de janeiro
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Eça de Queiroz é quase unanimemente considerado um cronista de excelência que retratou a sociedade portuguesa e a política no final do século XIX, de uma forma que nos parece que pouco ou nada mudou, em 150 anos, em alguns traços do país.
Mas Eça também ajudou a definir uma identidade nacional, através de romances como "Os Maias", "O Primo Basílio", e obras como "A cidade e as serras".
A poucos dias da cerimónia de descerramento de uma placa que dará honras de Panteão Nacional ao escritor, o trineto de Eça e também escritor Afonso Reis Cabral explicou à TSF que o que o bisavô escreveu no final do século XIX "é um país visto ao espelho" e que, "ainda hoje, olhamos para a nossa história pelo monóculo de Eça de Queiroz".
Alguns desses monóculos estão guardados na Casa de Tormes, a sede da Fundação Eça de Queiroz, que tem várias iniciativas agendadas por estes dias.
Ao lado do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e de José Pedro Aguiar Branco, Presidente da Assembleia da República, Afonso Reis Cabral será um dos oradores na cerimónia da próxima quarta-feira, ao fim da manhã.
Depois de um desfile fúnebre pelas ruas de Lisboa, entre o Parlamento e a Igreja de Santa Engrácia, no Campo de Santa Clara, o ponto alto da cerimónia será o descerramento da placa evocativa do escritor, no Panteão Nacional.
Durante a cerimónia, serão lidos excertos das obras de Eça e tocados e cantados trechos de óperas, citados nas obras do escritor.