"Ficamos entregues à nossa sorte." Tempestade destrói metade das colheitas de maçã
Armamar e Moimenta da Beira foram os concelhos mais afetados, com perdas a ascender aos 60%, em alguns casos
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A tempestade Kirk causou perdas elevadas na produção de maçã, em Portugal, sobretudo nos concelhos de Armamar e Moimenta da Beira. Ainda há levantamentos a ser feitos, mas alguns produtores perderam mais de 60% das colheitas.
Milhares de macieiras foram arrancadas pela raiz e as perdas ultrapassam seguramente as cinco mil toneladas de fruta. São dados avançados à TSF pelo presidente da Associação de Fruticultores Olivicultores e Viticultores do Planalto de Ansiães (Afuvopa), Luís Carlos Vila Real. O produtor avisa que, "neste momento, não é fácil fazer uma estimativa", mas há zonas que perderam cerca de metade das colheitas. Em Armamar, 40% das maçãs ficaram destruídas, e alguns produtores, ouvidos pelo Jornal de Notícias, dão conta de perdas para lá dos 60%. Os pomares de Carrazeda de Ansiães também sofreram com o mau tempo, com 50% a 60% das colheitas agora destruídas, e os levantamentos ainda estão por concluir.
O presidente da Afuvopa garante que a maioria dos produtores do Planalto de Ansiães têm seguro, mas falta saber se os danos vão ser cobertos. "Os seguros só cobrem perdas causadas por rajadas de vento superiores a 80 km/h, e já pedimos esses registos às estações meteorológicas, porque, se não se verificarem, estas pessoas ficam entregues à sua sorte", lamenta.
Luís Carlos Vila Real sublinha, por isso, que as autarquias já tentaram falar com o Governo e que a Afuvopa está em contacto com o Ministério da Agricultura, mas aguarda ainda por uma resposta. O produtor adianta também que nem a fruta que se aguentou nas árvores se pode aproveitar para o mercado, por ter apanhado demasiada água. Nestes casos, só resta vender as maçãs às produtoras de concentrados.
