Operação policial ou "espetáculo degradante e deprimente"? Pedro Nuno diz que este é o "Governo mais extremista das últimas décadas"
Pedro Nuno Santos denunciou a existência de dois políticos em Portugal, com grandes responsabilidades no tema da segurança, que "têm sido oportunistas e irresponsáveis", fazendo aumentar o "clima de divisão e de ódio": são eles o "primeiro-ministro e o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas"
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O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, afirmou esta sexta-feira que a operação policial levada a cabo na quinta-feira no Martim Moniz foi um "espetáculo degradante e deprimente", que reflete a ação do "Governo mais extremista das últimas décadas" em Portugal.
Em declarações aos jornalistas, o líder dos socialistas critica o "enredo mentiroso e falso" do primeiro-ministro, Luís Montenegro, que tem "levado a que cada vez mais elementos da agenda da extrema-direita estejam na agenda do Governo".
"Digo, sem qualquer hesitação, que temos em Portugal o Governo mais extremista que tivemos nas últimas décadas na nossa democracia", defendeu.
Pedro Nuno Santos denunciou por isso a existência de dois políticos em Portugal, com grandes responsabilidades no tema da segurança, que "têm sido oportunistas e irresponsáveis", fazendo aumentar o "clima de divisão e de ódio": são eles o "primeiro-ministro e o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas".
Argumentou que tanto o município lisboeta como o Governo não têm implementado medidas concretas para combater o sentimento de insegurança no país, mencionando desde logo o sistema de videovigilância, iluminação e recolha de resíduos, e sublinhou que esta questão "não se resolve com discursos incendiários".
"A ação de ontem não tem nada que ver com segurança. Aliás, o próprio primeiro-ministro assumiu que tem que ver com perceções. Ora, nós precisávamos era de um Governo concentrado em dar resposta aos problemas reais dos problemas dos portugueses, não aos problemas imaginários", atirou.
Denunciou igualmente uma "cultura repressiva e intimidadora se instala em Portugal" e alertou: "Hoje são os imigrantes, amanhã são os portugueses todos."
"A ação de ontem sinalizou desde logo às novas gerações que devemos temer quem tem uma cor diferente da maioria ou quem tem uma origem diferente da portuguesa", lamentou.
Para o líder dos socialistas, a ação de quinta-feira "não fez nada pela sensação de segurança" e vincou que Portugal foi até agora "um país tolerante, aberto e de imigrantes".
"Temos a obrigação de respeitar quem vive e trabalha em Portugal, sem nos terem de confrontar com um espetáculo degradante, deprimente que nos confrontaram ontem. Ainda para mais quando sabemos que depois da dimensão daquela operação houve um detido. Que ainda por cima é português", ressalvou.
Assumiu a "revolta" sentida do partido e deu conta que os socialistas já chamaram a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco ao Parlamento. Pede igualmente justificações ao diretor nacional da PSP, que "tem o dever de explicar quais são os fundamentos que justificaram aquela operação".
"É fundamental que o Governo e a PSP expliquem os fundamentos. As ações preventivas estão previstas, mas têm de cumprir um conjunto de condições, desde logo de proporcionalidade", reconheceu.