BE volta a pedir explicações ao Governo depois de Habeas Corpus publicar nova lista de "terroristas" LGBTQIA+
É a segunda vez que o grupo liderado por Rui Fonseca e Castro publica uma lista de pessoas que apelida de "terroristas LGBTQIA+". Bloco de Esquerda envia pergunta para Administração Interna para saber se o governo está "consciente do perigo que a Associação Habeas Corpus constitui para a segurança pública".
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O ex-ministro da educação João Costa é uma das personalidades visadas numa nova lista publicada pelo grupo Habeas Corpus, pelo segundo mês consecutivo, onde identifica pessoas que apelidam de "terroristas LGBTQIA+". O Bloco de Esquerda volta, por isso, a questionar o governo através do parlamento, sendo que a ministra que tutela a igualdade está em silêncio sobre o tema há um mês.
Numa resposta enviada ao parlamento, a ministra da Administração Interna já tinha explicado a atuação da PSP numa apresentação de um livro da escritora Mariana Jones que foi interrompida por membros deste grupo extremista, notando que a polícia "não poderia restringir preventivamente as entradas" nessa apresentação e que agiu quando foi chamada, tendo identificado "alguns dos intervenientes" e elaborado uma participação que foi remetida ao Ministério Público.
Aquando da publicação da primeira lista de pessoas, o Bloco de Esquerda enviou perguntas dirigidas aos ministérios da Administração Interna, da Justiça e da Juventude e Modernização. Apenas o da Justiça respondeu ao parlamento remetendo para a Administração Interna.
À TSF, o líder parlamentar do Bloco de Esquerda diz que o partido quer "ter a certeza de que o ministério da Administração Interna tudo fará para garantir que os direitos, liberdades e garantias destas pessoas estão assegurados, que ninguém vê a sua liberdade de expressão cultural, de opinião e associação, ameaçada por um grupo de provocadores, um grupo criminoso de extrema-direita como é o Habeas Corpus, que deve ser desmantelado".
"Por isso, é bom que o governo através da sua MAI, se pronuncie publicamente", apela Fabian Figueiredo.
Já o gabinete da ministra Margarida Balseiro Lopes, que tutela a área da igualdade, tem, desde há um mês, vários pedidos de comentário feitos pela TSF sobre a atuação do grupo Habeas Corpus. Nunca foram respondidos.