"Importância dos fazedores de alegria." Maria Rueff recorda "privilégio que teve na vida" no encontro com Papa
Em declarações à TSF, a humorista portuguesa lembra que o chefe da Igreja Católica considerava que "a alegria tinha uma importância muito grande na vida dos seres humanos"
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Em junho do ano passado, o Papa Francisco recebeu mais de uma centena de humoristas de todo o mundo no Vaticano. Entre eles estava Maria Rueff, que entregou ao líder da Igreja Católica uma seleção de Bordalo Pinheiro com caricaturas de Santo António. Em declarações à TSF esta segunda-feira, dia em que morreu o sumo pontífice, Rueff recorda com emoção o "privilégio que teve na vida".
"Ele era um homem que achava que a alegria tinha uma importância muito grande na vida dos seres humanos. E foi precisamente isso que eu senti na maneira como ele olhou e falou no encontro com os cómicos, da importância dos fazedores de alegria ou dos transportadores da esperança. Ele tinha a convicção de que um sorriso bastava para tocar o outro, dizia que Deus também sorria com isso e era uma forma de aligeirar o sofrimento do outro ou de, pelo menos, naquele dia, transformar um dia negro num dia com um bocadinho de esperança, com um bocadinho de sol, com um bocadinho de luz. Para mim, foi absolutamente tocante", recorda, na TSF, Maria Rueff.
A humorista considera que, com a morte do Papa, o mundo perde uma luz: "Partiu com o espinho de deixar o mundo em guerra. O que eu sinto é que, neste momento, se sente uma espécie de orfandade de uma autoridade moral. Partiu um humanista, alguém do bem, da esperança, da justiça e que, de alguma forma, era uma espécie de diapasão."
O Papa Francisco morreu esta segunda-feira aos 88 anos, após 12 anos de um pontificado marcado pelo combate aos abusos sexuais, guerras e uma pandemia. Nascido em Buenos Aires, a 17 de dezembro de 1936, Francisco foi o primeiro jesuíta a chegar à liderança da Igreja Católica.
Francisco esteve internado durante 38 dias devido a uma pneumonia bilateral, tendo tido alta em 23 de março. A sua última aparição pública foi no domingo de Páscoa, no Vaticano, na véspera de morrer.
