Plano israelita para Gaza é "melhor forma de pôr fim à guerra" e permitir Estado da Palestina seria "abrir guerra pelas fronteiras"
O chefe do Governo israelita rejeita permitir a criação do Estado da Palestina, afirmando que tal "seria abrir uma guerra pelas fronteiras" e um "suicídio nacional"
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O primeiro-ministro israelita afirmou este domingo que o novo plano para a cidade de Gaza, recentemente aprovado pelo gabinete de segurança do país, constitui "a melhor forma de pôr fim à guerra". Benjamin Netanyahu defendeu que não tem "outra opção" que não seja "acabar o trabalho" e "derrotar" o Hamas, assegurando que, se Israel "não fizer nada", então "ninguém sai dali com vida".
"Esta é a melhor forma de pôr fim à guerra e a melhor forma de o fazer rapidamente", afirmou o primeiro-ministro, durante a conferência de imprensa que convocou para este domingo, avançando que entre 70 a 75% de Gaza está sob controlo militar israelita, tendo o Hamas mais dois redutos, sendo que o deles está na cidade de Gaza e outro num campo de refugiados.
Acrescentou que Israel permitirá, com o novo plano, que os civis se dirijam para zonas seguras designadas, onde terão comida. Na sequência disto, o chefe do Executivo israelita anunciou ainda que estão previstos corredores seguros para a distribuição de ajuda humanitária, bem como o aumento dos pontos de distribuição controladas pela Fundação Humanitária de Gaza (apoiada por Israel e EUA) e o lançamento de mantimentos por via aérea.
Lembrou, por isso, os esforços para deslocar milhões de palestinianos de Rafah para a Faixa de Gaza e revelou que os israelitas pretendem agora levar a cabo um processo semelhante. A nova operação que será lançada pelas Forças Armadas israelitas em Gaza terá, por isso, um "calendário bastante curto".
"Não quero falar sobre calendários exatos, mas estamos a falar de um calendário bastante curto, porque queremos pôr fim à guerra", disse.
Apontou ainda que as únicas pessoas que estão "forçadas" a passar fome em Gaza são os reféns israelitas, capturados pelo Hamas, a 7 de outubro de 2023. Garantiu estar "focado" em retirar todos os reféns, incluindo os mortos, de Gaza, adiantando que o plano israelita prevê a retirada dos reféns vivos de forma segura.
Benjamin Netanyahu disse que foi emitida uma diretiva que para que os militares permitam a entrada da imprensa internacional no enclave palestiniano. Apesar de evocar "questões de segurança", entende que esta é uma realidade "possível" e reforçou que o objetivo não é "controlar" a cidade de Gaza.
"O nosso objetivo não é controlar Gaza, mas estabelecer uma administração civil na Faixa que não esteja afiliada ao Hamas ou à Autoridade Palestiniana", esclareceu.
Rejeitou, contudo, permitir a criação do Estado da Palestina, afirmando que tal "seria abrir uma guerra pelas fronteiras" e um "suicídio nacional".
Sobre as críticas feitas ao novo plano, sublinhou que o Governo vai "vencer" a guerra em Gaza, "com ou sem o apoio dos outros".