O ministro dos Negócios Estrangeiros apresentou -se como porta-voz de uma posição comum e apelou ao fim urgente dos combates na Faixa de Gaza e à imediata libertação de todos os reféns israelitas
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Portugal reconheceu este domingo formalmente o Estado da Palestina, anunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, que deixou um forte apelo ao cessar-fogo, à libertação dos reféns e ao restabelecimento da ajuda humanitária em Gaza.
"O Estado português reconhece oficialmente o Estado da Palestina. A declaração de reconhecimento aqui proclamada resulta diretamente da deliberação do Conselho de Ministros do passado dia 18 de setembro. (...) Registe-se que, no que concerne à solução de dois Estados como solução futura do conflito pode mesmo verificar-se uma posição unânime dos partidos representados na Assembleia da República", anunciou o chefe da diplomacia portuguesa, numa declaração na missão portuguesa junto às Nações Unidas, em Nova Iorque.
Paulo Rangel sublinhou que a declaração de reconhecimento não apaga, no entanto, a "catástrofe humanitária em curso na Faixa de Gaza" e por isso: "É essencial e urgente um cessar-fogo."
"É mais do que tempo para dar os passos para a paz", prosseguiu, dando conta das exigências de Portugal: "A libertação imediata de todos os reféns, a entrega dos reféns mortos a Israel e insistindo-se na necessidade de combater todas as formas de antissemitismo. (...) A condenação do Hamas."
Portugal irá usar todos os instrumentos diplomáticos para convencer Israel
O ministro dos Negócios Estrangeiros salvaguardou ainda que informou previamente o Governo de Israel deste passo, "feito em favor da paz, do direito do povo palestiniano à autodeterminação".
"Esperemos que Israel possa compreender esta nossa decisão", afirmou.
Portugal procurará fazer uso de "todos os instrumentos diplomáticos que tem à mão para ter as melhores relações" com o Governo de Israel, e ao mesmo tempo, "os poder convencer da vontade" da posição portuguesa, concluiu.
Portugal juntou-se assim ao Reino Unido, Canadá e Austrália, que comunicaram essa decisão ao início da tarde de hoje, tornando-se o 13.º país da União Europeia a reconhecer o Estado palestiniano.
Neste dia em que Portugal reconhece o Estado da Palestina e em que reafirma a sua vontade de fortalecer as profundas e antigas relações de amizade do povo português com o povo israelita e as renovadas e auspiciosas relações de amizade com o povo palestiniano, exortamos, do fundo dos nossos corações, a que cessem todas as hostilidades, a que se dê uma oportunidade ao restabelecimento da ajuda humanitária, a que se abra uma fresta de luz para a paz.
O ministro justificou a escolha do local para este anúncio para "dar o sinal de que só sob a égide da ONU e do espírito da sua carta fundadora é possível alcançar uma solução para este conflito".
Em atualização