"Não há razão para alarme." Montenegro garante resposta perante eventual "aumento constante" do preço dos combustíveis
O chefe do Executivo garante que, se a evolução dos preços dos combustíveis se continuar a verificar nas próximas três a dez semanas, o Governo "vai intervir com um mecanismo de correção, diminuindo o impacto do IVA sobre o preço"
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O primeiro-ministro, Luís Montenegro, garantiu esta segunda-feira que, perante um eventual aumento "constante" do preço dos combustíveis, o Governo "tomará medidas". Defende, por isso, que não existe "razão para alarme".
O chefe do Executivo afirma que o mercado dos combustíveis "tem andando dentro daquilo que é um valor médio", notando que a atualização semanal dos preços tem sido marcada por "oscilações" ao longo dos últimos dez meses. Enquanto houver essa variação, considera, "não há razão para alarme".
"Se atingirmos, em algum momento, um valor de subida constante e permanente, que coloque em causa este equilíbrio, o Governo tomará as medidas para diminuir o impacto fiscal sobre a formação do preço, por forma a não criar uma oscilação demasiada", assegurou, em declarações aos jornalistas.
Os preços dos combustíveis aumentaram esta segunda-feira: o gasóleo simples deve subir até 5,5 cêntimos e a gasolina até 3,5 cêntimos, segundo as previsões do Automóvel Club de Portugal. É a maior subida semanal dos combustíveis desde 2022, mas não tem sido a única.
Montenegro reconhece o "aumento significativo" do preço dos combustíveis, mas aponta como "razões principais" a subida do valor do petróleo e a desvalorização do euro face ao dólar. Considera, por isso, que "não é possível comparar isto com uma escalada e uma inflação como aconteceu há dois ou três anos".
"Enquanto este mecanismo funcionar de forma a haver descidas - embora poucas, mas acontecem -, nós manteremos a nossa política sobre os combustíveis", adiantou.
O primeiro-ministro admite uma vez mais que o "custo está a subir", mas reforça que o país não está - "nem de perto, nem de longe" - perante um cenário de "aumento constante". Garante ainda assim que, nas próximas três a dez semanas, se esta evolução se continuar a verificar, o Governo "vai intervir com um mecanismo de correção, diminuindo o impacto do IVA sobre o preço".
Assume assim a "disponibilidade" do Executivo para provocar alterações, mas assinala que "ainda não é altura de o fazer" e critica a oposição, que tem criado "um alarme que não é justificado."