Montenegro fala em "guerra", PS exige que seja declarada situação de calamidade: há "quatro incêndios" de grandes dimensões
Incêndios mobilizam mais de quatro mil operacionais por todo o país. Acompanhe tudo na TSF
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O incêndio que lavra na Covilhã tem várias frentes ativas, sendo que a aldeia de São Francisco de Assis já está "confinada". A situação em Pampilhosa da Serra agrava-se em relação às últimas 24 horas, com o fogo a ser descrito como "descontrolado".
Em declarações à TSF, Vítor Pereira afirma que uma das frentes do fogo arde com "grande intensidade" junto às povoações de Barco e Coutada e dirige-se agora para as povoações de Peso e Vales do Rio, que ficam mais a norte e que vão "com toda a certeza ser afetadas". As localidades de Erada e Unhais da Serra também se veem a braços com as chamas, numa altura em que a aldeia de São Francisco de Assis já está "confinada".
O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, exigiu hoje que o Governo de Luís Montenegro declare situação de calamidade para melhor apoiar as populações e regiões do país mais fustigadas pelos incêndios florestais nas últimas semanas em Portugal.
"Há algo que tem de ser convocado, que tem a ver com a situação de calamidade, por que, para apoiar as populações, nomeadamente no plano da agricultura, no plano de reposição da produção agroflorestal, no domínio da reabilitação de infraestruturas e equipamentos industriais ou empresariais, associados ao mundo rural, e ao mundo da floresta, é necessário determinar a situação de calamidade", insistiu o dirigente socialista, em declarações aos jornalistas, durante uma visita à ilha do Faial, nos Açores.
José Luís Carneiro já tinha sugerido, no domingo, a convocação do Conselho Nacional da Proteção Civil, na sequência dos fortes incêndios que deflagraram em várias zonas do país, mas o primeiro-ministro, Luís Montenegro, veio, entretanto, pedir confiança no trabalho desenvolvido pelo Serviço Nacional de Proteção Civil no combate às chamas.
"Naturalmente que temos de confiar no dispositivo da Proteção Civil nacional, e mais uma vez, manifestar aqui a nossa solidariedade, perante todos os esforços que estão a ser realizados", realçou José Luís Carneiro, acrescentado que "outra questão é a dimensão política", de um Estado que "fez mal" ao não solicitar apoio à União Europeia, ao não determinar a situação de contingência, ao não convocar a Comissão Nacional de Proteção Civil e ao não declarar a situação de calamidade.
O secretário-geral do PS considerou também que as recentes declarações de Luís Montenegro, relativamente aos apoios europeus para o combate às chamas, revelam desconhecimento sobre a forma como funcionam esses mecanismos, para fazer face a situações como as que estão a ocorrer, atualmente, em Portugal.
"Eu próprio, quando tinha responsabilidades [no Ministério da Administração Interna] fui à Comissão Europeia, com os meus colegas europeus, não apenas exigir meios, mas também exigir que eles fossem preposicionados, para responder de forma mais eficaz", recordou o antigo ministro socialista.
O presidente da câmara dá ainda conta de que o aumento da humidade do ar e a descida das temperaturas têm "ajudado" no combate, mas o vento continua sem dar tréguas.
"De qualquer forma, estes dois fatores de humidade e temperatura poderão aqui dar uma mãozinha para os nossos soldados da paz, operando também em simultâneo com as máquinas de rasto", adianta.
A situação agrava-se em Pampilhosa da Serra, no distrito de Coimbra, com o presidente da câmara a considerar que a situação está "pior" do que no domingo passado.
"O fogo continua descontrolado", relata à TSF, apontando igualmente que, neste caso, as rajadas e velocidade do vento "não são normais" e têm alterado "qualquer previsão de combate".
"Isso faz com que tenhamos neste momento o fogo totalmente descontrolado e, sobretudo, continuamos a ter novamente muitas povoações em perigo", alerta.
O comandante da Proteção Civil Miguel Oliveira adianta que Portugal tem esta segunda-feira à noite ativos "quatro incêndios" de dimensões significativas.
As chamas estão a mobilizar quase de quatro mil bombeiros pelo país, sendo que mais de metade estão concentrados em incêndios de grandes dimensões.
Em declarações à TSF, o oficial de operações da Proteção Civil, Miguel Oliveira, dá conta das frentes atualmente ativas que são motivo de maior preocupação.
"Um [incêndio] em Piódão, no concelho de Arganil, mobiliza atualmente 402 veículos, 1188 operacionais. Um outro incêndio no Sabugal, na aldeia de Santo António, mobiliza 92 veículos e 335 operacionais. No concelho de Mirandela, em Valverde da Gestosa, estão 87 veículos com 253 operacionais. E um outro incêndio em Vilar de Perdizes, no concelho de Montalegre, mobiliza atualmente 40 veículos, 120 operacionais", adianta.
Entre estes, destacam-se as chamas em Piódão, que já se alastraram aos concelhos da Covilhã e do Fundão. "É um perímetro muito grande e obviamente que à medida que o incêndio vai avançando, são reposicionados meios no sentido de tentar parar a frente de incêndio", esclarece.
O oficial de operações da Proteção civil refere igualmente que os trabalhos têm sido difíceis nos últimos dias. Ainda assim, os operacionais continuam no terreno "a fazer todos os esforços" para dominar todos os incêndios.
"Hoje, durante o dia, foi possível, além de novas ignições que foram ocorrendo, resolver algumas das situações que já vinham de outros dias. A perspetiva para esta noite e para o dia de amanhã é continuar o trabalho no sentido de podermos nas próximas horas resolver outros incêndios que estejam ainda ativos", diz.
A circulação na Estrada Nacional (EN) 113 foi restabelecida esta segunda-feira pelas 22h30, após ter sido cortada na sequência de um incêndio que deflagrou no concelho de Leiria, adiantou à Lusa fonte da GNR.
O alerta para o fogo em Vale Sumo, na União de Freguesias de Santa Catarina da Serra e Chainça, no concelho de Leiria, foi dado pelas 13h03.
O incêndio chegou a ter uma frente ativa numa zona de mato e obrigou ao corte da EN113, em ambos os sentidos, entre os Olivais e a Quinta da Sardinha.
De acordo com a página na Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), pelas 22h35 estavam no local 69 operacionais, apoiados por 19 viaturas.
Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro, num contexto de temperaturas elevadas que motivou a declaração da situação de alerta desde 2 de agosto.
Os fogos provocaram dois mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, na maioria sem gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.
Segundo dados oficiais provisórios, até 17 de agosto arderam 172 mil hectares no país, mais do que a área ardida em todo o ano de 2024.
O incêndio florestal ativo no concelho do Fundão, com origem em Arganil (Coimbra), entrou ao início da noite desta segunda-feira no município de Castelo Branco, na freguesia de São Vicente da Beira, disse o presidente da Câmara Municipal.
Em declarações à agência Lusa pelas 21h15, Leopoldo Rodrigues disse que as chamas passaram para Castelo Branco na freguesia de São Vicente da Beira, junto à localidade de Paradanta.
"Não me lembro de um incêndio com esta violência, o teto de fumo e a velocidade das chamas é impressionante", afirmou o autarca.
Acrescentou que o trabalho dos operacionais no terreno está a decorrer na defesa das povoações e na prevenção de novos focos no concelho.
Na tarde desta segunda-feira, o Serviço de Proteção Civil Municipal de Castelo Branco tinha lançado um alerta, pedindo à população das freguesias de São Vicente da Beira e de Almaceda para se manterem em confinamento e adotarem comportamentos de autoproteção, face à aproximação do incêndio que lavra no Fundão.
O alerta visava, nomeadamente, as populações das localidades de Paradanta - onde o incêndio já chegou - Vale de Figueira, Partida, Ribeira de Eiras, Rochas de Cima, Pereiros e São Vicente da Beira.
Mais a sul, em Oleiros, também no distrito de Castelo Branco, os serviços municipais estão também em alerta e a adotar medidas preventivas, com máquinas de rasto e bombeiros no terreno, face à aproximação do incêndio.
Oleiros situa-se no oeste do distrito de Castelo Branco e tem o rio Zêzere como fronteira natural para a Pampilhosa da Serra (Coimbra), tendo ainda os concelhos do Fundão e Castelo Branco - onde as chamas oriundas de Arganil já chegaram - como vizinhos.
Ouvido pela Lusa, Miguel Marques, presidente da Câmara Municipal de Oleiros, disse que a preocupação maior incide sobre a freguesia de Orvalho (na fronteira com Castelo Branco e Fundão) e de Cambas, sobranceira ao rio Zêzere e à Pampilhosa da Serra, onde o fogo atingiu, ao final da tarde, as freguesias de Janeiro de Baixo e Dornelas do Zêzere, ameaçando várias aldeias.
"Estamos a tomar todas as cautelas e medidas preventivas. As juntas de freguesia de Cambas e do Orvalho já alertaram a população para ter alguma contenção na circulação e na salvaguarda de alguns bens e animais que possam vir a estar nessa eventual linha de fogo", indicou o autarca.
O vento forte ditará a eventualidade, ou não, de o incêndio entrar no concelho de Oleiros. Estamos posicionados, temos também veículos de combate a incêndios na zona do Orvalho", afirmou Miguel Marques.
Um incêndio vindo de Espanha e que entrou em Portugal na zona de Montalegre, tem três frentes ativas e colocou em perigo a aldeia de Vilar de Perdizes, onde a prioridade dos bombeiros foi defender casas e armazéns.
A informação foi avançada à agência Lusa pelo segundo comandante dos bombeiros de Montalegre, Miguel Monteiro, que referiu que o fogo esteve "muito perto de casas e armazéns" em Vilar de Perdizes, aldeia que já está "livre de perigo".
O alerta foi dado pelas 10h25 e, ao final da tarde, o incêndio lavrava em área de mato e pinhal e tinha três frentes, avançando uma delas em direção à zona de Soutelinho da Raia e ao concelho de Chaves.
Miguel Monteiro explicou que as dificuldades no combate a este fogo foram o vento inconstante e os declives acentuados, referindo que, durante o dia, não teve "grandes meios, principalmente aéreos".
"Chegou um par de alfas [meios aéreos] quase ao fim da tarde. Fizemos o que pudemos, mas com muito trabalho", afirmou o segundo comandante da corporação de Montalegre, no norte do distrito de Vila Real.
Segundo a página da Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), depois de durante a tarde estarem no combate a este incêndio cerca de 60 homens, verificou-se um reforço de meios e, pelas 20:00, estavam mobilizados 114 operacionais, que contam com o apoio de 35 veículos.
Miguel Monteiro disse que este fogo veio de Espanha, da zona de Xinzo de Limia, e referiu que os bombeiros portugueses já andavam, inclusive, a ajudar os espanhóis "há quatro, cinco dias".
O deputado único do partido Juntos Pelo Povo (JPP), Filipe Sousa, revelou esta segunda-feira que vai avançar com o pedido de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à gestão dos incêndios. Em declarações à TSF, o político madeirense assume estar "triste e envergonhado" com as atitudes do Governo.
O anúncio acontece depois de o presidente da Assembleia da República ter recusado esta segunda-feira o pedido do JPP para convocar uma reunião extraordinária da comissão permanente do parlamento sobre os incêndios, justificando que apenas os grupos parlamentares têm esse poder.
Filipe Sousa reagiu a esta decisão na TSF, afirmando que, "mais do que ver o desespero revoltante" das populações afetadas pelos fogos, é preciso que os políticos cumpram o seu "dever, que é fazer este papel".
O incêndio que deflagrou na sexta-feira em Freixo de Espada à Cinta foi dado como dominado, mas ainda com dispositivos de combate no terreno, disse à fonte da Proteção Civil.
“O incêndio ao início da noite hoje já tinha começado a ceder aos meios de combate. Neste momento, foi dado como dominado” disse à agência Lusa o comandante sub-regional das Terras de Trás-os-Montes, João Noel Afonso.
Segundo o comandante, as próximas horas vão requerer atenção para evitar reacendimentos, fazer a consolidação e rescaldo do perímetro do incêndio, e os meios de combate ao fogo vão permanecer no local.
O fogo deflagrou ao início da tarde de sexta-feira, nas localidades de Poiares, no concelho de Freixo de Espada à Cinta, em pleno Parque Natural do Douro Internacional (PNDI), e depressa se alastrou aos concelhos vizinhos de Mogadouro e Torre de Moncorvo, devido à força do vento, deixando para trás uma vasta área pintada de negro, nesta área protegida, como constatou a Lusa em vários locais.
Este incêndio chegou a preocupar várias localidades destes três concelhos do sul do distrito de Bragança, com incidência em Freixo de Espada à Cinta e Torre de Moncorvo.
O fogo chegou a ter três grandes frentes em três concelhos e os meios aéreos não puderam atuar devido às condições climatéricas adversas, ao fumo e poeiras que se fizeram sentir, ao longo destes dias.
De acordo com o comandante sub-regional das Terras de Trás-os-Montes, o fogo já consumiu mais de 10 mil hectares de terreno.
De acordo com a página oficial na Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), chegaram a estar no terreno 342 operacionais, apoiados por 115 veículos.
A este dispositivo juntam-se oito máquinas de rasto, meios do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e da GNR.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, e a ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, vão marcar presença na terça-feira no funeral do bombeiro da Covilhã que morreu este domingo, indicou à Lusa fonte do gabinete do chefe do Executivo.
O funeral vai realizar-se na terça-feira, pelas 10h30, na Covilhã.
Daniel Agrelo integrava o Corpo de Bombeiros da Covilhã e morreu na sequência de um acidente de viação ao final da tarde de domingo, quando se deslocava para um incêndio rural que tinha deflagrado na região.
O acidente ocorreu pelas 19h10, na aldeia de São Francisco de Assis, no concelho da Covilhã, no distrito de Castelo Branco.
Resultaram ainda vários bombeiros feridos, um dos quais com gravidade, que se encontra internado em Coimbra e que está estabilizado.
Daniel Agrelo era casado e tinha um filho.
O velório decorre esta segunda-feira, a partir das 18h30, no salão do Quartel dos Bombeiros Voluntários da Covilhã, e o funeral realiza-se na terça-feira, às 10h30, para o cemitério do Peso.
O incêndio que atingiu o concelho de Oliveira do Hospital destruiu pelo menos quatro habitações, atingiu várias explorações agropecuárias e consumiu cerca de cinco mil hectares, disse esta segunda-feira o presidente da Câmara, José Francisco Rolo.
“Temos duas habitações completamente destruídas na freguesia de Avô e duas parcialmente destruídas, uma na freguesia de Vila Pouca da Beira e outra na Aldeia das Dez”, lamentou.
Em declarações à agência Lusa, o autarca sublinhou que o levantamento dos danos e prejuízos ainda está a ser feito no terreno, e disse já ter conhecimento de que várias explorações agrícolas foram atingidas.
“Temos outras situações de pessoas que perderam os seus anexos agrícolas e alfaias agrícolas. Os prados estão destruídos, há perda de charcas e reservas de água para animais”, acrescentou.
De acordo com José Francisco Rolo, o município está a trabalhar em três frentes, sendo a primeira a da segurança, que está a ser coordenada pelo Gabinete de Proteção Civil para verificar as condições de segurança no terreno.
“Estamos a falar de verificar a absorção de estradas municipais, cablagens rebentadas, riscos de queda de árvores, riscos de derrocadas e deslizamentos de terras”, concretizou.
A par da segurança, decorre em paralelo a avaliação do bem-estar psicológico das pessoas, bem como o levantamento das suas perdas materiais.
“Envolvemos aqui os senhores presidentes de junta, com a coordenação do Gabinete de Ação Social. Faremos o levantamento dos danos e prejuízos, freguesia a freguesia, para saber e responder às necessidades”, informou.
À Lusa, o autarca indicou ainda que entre as freguesias mais afetadas pelas chamas estão a Aldeia das Dez, Avô, Santo Ovaia e Vila Pouca da Beira, Alvoco das Várzeas, Penalva de Alva e São Sebastião da Feira, Lourosa e Nogueira do Cravo (Vendas de Galizes e Vilela).
“Por estimativa e que ainda está a ser atualizada, pensamos que tenham ardido cinco mil hectares”, referiu.
O concelho de Oliveira do Hospital tem 88 localidades distribuídas por 16 freguesias ou uniões de freguesias.
Uma das frentes do incêndio de Arganil, que eclodiu na freguesia do Piódão, avançou na quarta-feira para Oliveira do Hospital.
Na altura, o autarca falou em "caos" e falta de meios.
O incêndio que deflagrou hoje no concelho de Leiria e que obrigou ao corte da estrada nacional (EN) 113 está em fase de consolidação, disse à agência Lusa fonte da Proteção Civil.
Fonte do Comando Sub-regional de Emergência e Proteção Civil de Leiria adiantou à agência Lusa que os operacionais estão a "terminar a consolidação dos pontos quentes", mas o fogo "já não oferece qualquer perigo".
O alerta para o fogo em Vale Sumo, na União de Freguesias de Santa Catarina da Serra e Chainça, no concelho de Leiria, foi dado pelas 13:03.
O incêndio chegou a ter uma frente ativa numa zona de mato.
De acordo com fonte do Comando Territorial da Guarda Nacional Republicana de Leiria, o incêndio obrigou ao corte da EN113, em ambos os sentidos, entre os Olivais e a Quinta da Sardinha, que pelas 18h15 ainda se encontrava encerrada.
Pelas 17h52, estavam no terreno 122 operacionais, apoiados por 36 viaturas e um meio aéreo.
O Chega pediu esta segunda-feira um debate de urgência no parlamento sobre a coordenação do combate aos incêndios com a presença do chefe do Governo, Luís Montenegro, e da ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, anunciou o líder do partido.
“O Chega pediu hoje uma reunião de urgência do plenário, é algo, enfim um pouco fora do habitual neste período, mas o Chega entende que se justifica, para que o senhor primeiro-ministro e a ministra da Administração Interna possam ir ao parlamento explicar porque geriram tão mal esta crise, porque é que o mecanismo europeu de proteção civil só foi ativado naquele momento e não foi antes”, disse André Ventura no Cadaval.
O PAN entregou esta segunda-feira um projeto de lei na Assembleia da República para que todos os condenados pelo crime de incêndio florestal que estejam em liberdade sejam obrigados a utilizar pulseira eletrónica entre maio e outubro.
Em comunicado, a deputada única do PAN indica que deu entrada de cinco iniciativas, três projetos de lei e dois de resolução face aos incêndios que têm fustigado o país nas últimas semanas. O partido quer “combater o cenário devastador dos incêndios” e “fazer face à falta de estratégia que o Governo está a demonstrar”.
O funeral de Daniel Bernardo Agrelo, de 44 anos, bombeiro da Covilhã que morreu no domingo, num acidente de viação quando se deslocava para um incêndio rural, realiza-se na terça-feira, pelas 10h30, na localidade de Peso.
Daniel Agrelo integrava o Corpo de Bombeiros da Covilhã e morreu na sequência de um acidente de viação ao final da tarde de domingo, quando se deslocava para um incêndio rural que tinha deflagrado na região.
O acidente ocorreu pelas 19h10, na aldeia de São Francisco de Assis, no concelho da Covilhã, no distrito de Castelo Branco.
Resultaram ainda vários bombeiros feridos, um dos quais com gravidade, que se encontra internado em Coimbra e que está estabilizado.
Daniel Agrelo era casado e tinha um filho.
O velório decorre esta segunda-feira, a partir das 18h30, no salão do Quartel dos Bombeiros Voluntários da Covilhã, e o funeral realiza-se na terça-feira, às 10h30, para o cemitério do Peso.
A GNR avançou esta segunda-feira que estão oito estradas cortadas, nos dois sentidos, nas zonas de Leiria, Coimbra, Castelo Branco, Guarda e Viana do Castelo, devido aos incêndios rurais que lavram nas regiões.
Num ponto de situação enviado às redações por volta das 16h20, esta força policial dá conta dos condicionamentos ao trânsito.
No distrito de Leiria, a EN 113 está cortada nos dois sentidos, entre o cruzamento para a Caranguejeira e o entroncamento para a Gordaria.
Já em Coimbra, as EN 236 e EN 344 estão cortadas nos dois sentidos, entre Castanheira de Pêra e Alfocheira e nas proximidades das localidades de Portela de Unhais e Casal da Lapa, respetivamente.
Em Castelo Branco, a EN 230 está igualmente cortada nos dois sentidos, entre as localidades de Unhais da Serra e Pedras Lavradas.
Foram ainda registadas três estradas cortadas nos dois sentidos no distrito da Guarda: entre as localidades de Pedras Lavradas e Vide; entre a localidade de Teixeira de Baixo e a EN 230; e entre as localidades de Pêga e Vila do Touro.
Em Viana do Castelo, a EN 202 está cortada nos dois sentidos, entre as localidades de Torre e Vila Mou.
O vice-presidente da Câmara Municipal do Fundão afirma que o fogo que lavra na zona "tem vontade própria", referindo que existem três frentes ativas, que são motivo de "preocupação".
Em declarações à TSF, Miguel Gavinhos, que tem o pelouro da Proteção Civil, confessa que "nunca viu nada como este incêndio", que começou em Arganil e nos últimos dias se estendeu para Seia e o Fundão.
"Estamos a falar de algo que já dura há seis dias e que ultrapassou um comprimento de mais de 40 km de distância. O fogo tem vontade própria: por mais meios — que nunca serão suficientes — que se coloquem à frente deste incêndio, ele continua", relata.
Miguel Gavinhos admite, por isso, estar "preocupado" com o avanço das chamas, sendo que neste momento existem três frentes ativas. Uma delas está "ligada ao perímetro urbano da Vila de Silvares", que ainda esta noite "viveu um sobressalto" provocado pelo incêndio que atravessou o Rio Zêzere, proveniente da Covilhã, e que "chegou muito perto de algumas casas de habitação, alguns equipamentos coletivos da Vila de Silvares". A segunda frente já "circundou a aldeia de Lavacolhos", sendo que a terceira arde "com muita intensidade" em direção à Enxabarda. O vice-presidente teme que Açor e Castelo Branco também possam ser afetadas.
O principal entrave a este combate tem sido uma grande "cortina de fumo" que paira sobre "toda a região do Fundão e da Covilhã", que tem impossibilitado o trabalho desempenhado pelos aviões e helicópteros. Por isso, o vice-presidente adianta que os meios mais eficazes são os mecânicos, nomeadamente as máquinas de rasto.
A situação no Sabugal, distrito da Guarda, está, esta segunda-feira, “mais ou menos controlada”, graças à atuação de oito meios aéreos no teatro de operações e à melhoria das condições atmosféricas.
“As temperaturas baixaram, o vento já não sopra com a intensidade dos últimos dias e os meios aéreos fizeram um trabalho espetacular hoje de manhã”, declarou o presidente da Câmara do Sabugal, Vítor Proença, à agência Lusa.
O autarca escusou-se, contudo, a arriscar uma previsão para a resolução dos incêndios.
“Não posso dizer que a situação está resolvida, mas está mais ou menos controlada”, referiu.
Ao princípio da tarde desta segunda-feira havia duas frentes ativas, de Sortelha para o Casteleiro, na zona sul deste concelho raiano do distrito da Guarda, e de Badamalos para a Miuzela, a norte.
“Se as condições meteorológicas não se alterarem, será expectável que estes dois incêndios possam entrar em fase de resolução ainda hoje”, admitiu.
Vítor Proença também admitiu à agência Lusa pedir ao Governo a declaração de situação de calamidade pública por causa dos prejuízos causados pelo fogo, que não têm dado descanso aos sabugalenses desde sexta-feira.
“Os prejuízos são muitos, vamos começar a fazer esse levantamento assim que a situação ficar resolvida. Avançar com o pedido de calamidade pública é uma opção que está em cima da mesa, porque os nossos agricultores e criadores de gado perderam muita coisa”.
Segundo o presidente da Câmara do Sabugal, ardeu tudo à volta das aldeias situadas nos limites dos concelhos da Guarda, Almeida e Belmonte [distrito de Castelo Branco].
Vítor Proença referia-se a pastos, forragens, fenos, carvalhais, soutos, terrenos agrícolas, alfaias, barracões e armazéns de apoio à agricultura.
“Felizmente, não se registaram vítimas ou feridos e, em termos do edificado, há registos de várias casas de segunda habitação que arderam e nenhuma de primeira”, afirmou o autarca.
O fogo que está a afetar o concelho do Sabugal desde sexta-feira começou pelas 14h41 em Aldeia de Santo António.
Segundo o site da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), às 16h30 desta segunda-feira estão no teatro de operações 370 operacionais, 94 viaturas e dois meios aéreos.
O Presidente da Assembleia da República recusou esta segunda-feira o pedido do JPP para convocar uma reunião extraordinária da comissão permanente do Parlamento sobre os incêndios, justificando que apenas os grupos parlamentares têm esse poder.
Na resposta ao requerimento enviado pelo deputado único do JPP, a que a Lusa teve acesso, o gabinete de José Pedro Aguiar-Branco remete a recusa do pedido para o regulamento da comissão permanente, que prevê que apenas os grupos parlamentares podem pedir uma reunião extraordinária deste órgão que funciona quando os trabalhos parlamentares estão suspensos.
"Temos três [máquinas de rasto] do concelho do Fundão, mas vêm mais duas, uma do ICNF, outra das Forças Armadas e temos já garantido um acréscimo de mais duas, que são meios que permitem fazer os aceiros e fazer cortes naquilo que é a progressão do incêndio", explica.
Miguel Gavinhos dá ainda conta de um "agravamento da velocidade do vento", com as temperaturas a registarem valores altos, enquanto que a humidade "continua baixa". Dada a conjunção destes fatores, o vice-presidente da autarquia está pessimista quanto às próximas horas.
"São três fatores que juntos, olhando para uma vegetação e um combustível que está tremendamente seco, são os fatores básicos para haver uma progressão muito rápida das chamas", assinala.
Segundo o site da Proteção Civil, consultado pelas 16h40, no combate ao incêndio que lavra na região de Coimbra, numa zona de mato, estão empenhados 1176 operacionais, apoiados por 400 viaturas e dez aeronaves.
A VianaFestas decidiu esta segunda-feira adiar para data a definir a serenata de fogo de artifício da Romaria d'Agonia, anteriormente reagendada para quarta-feira face ao prolongamento, pela quarta vez, da situação de alerta devido aos incêndios florestais que estão a fustigar o país.
"Compreendemos a desilusão que esta decisão possa provocar na nossa população e nos nossos visitantes, mas tomamos a decisão com o sentido de responsabilidade e tendo presente o bem comum, num momento em que a situação afeta milhares de famílias em todo o país, e face ao risco que permanece", explica Manuel Vitorino, presidente da VianaFestas, entidade que organiza as festas de Viana do Castelo, e vereador da Cultura.
O JPP pediu esta segunda-feira ao presidente da Assembleia da República o agendamento de uma reunião da comissão permanente do Parlamento para ouvir o primeiro-ministro e a ministra da Administração Interna sobre a gestão dos incêndios.
No requerimento enviado pelo deputado Filipe Sousa a José Pedro Aguiar-Branco, a que a Lusa teve acesso, o partido pede a convocação extraordinária da comissão permanente para pôr a votação a “audição imediata do primeiro-ministro e da ministra da Administração Interna” ou, em alternativa, a realização de um debate com os dois membros do Governo numa nova reunião da comissão permanente.
O JPP quer também ver discutidas as “falhas na prevenção e combate aos incêndios, bem como as decisões governamentais relativas à libertação de incendiários” e ainda “medidas urgentes de apoio imediato às populações afetadas” pelos incêndios como alojamento, indemnizações e reposição de serviços essenciais.
Um incêndio que deflagrou esta segunda-feira no concelho de Leiria está a mobilizar mais de 120 operacionais às 15h30 e obrigou ao corte da estrada nacional (EN) 113, informaram à Lusa fontes da Proteção Civil e da GNR.
Fonte do Comando Sub-regional de Emergência e Proteção Civil de Leiria adiantou à agência Lusa que o fogo tem uma frente ativa e está a consumir uma zona de mato de difícil acesso.
"Estão a ser posicionados meios apeados", acrescentou, ao referir ainda que "algumas rajadas de vento também estão a dificultar o combate no terreno".
De acordo com fonte do Comando Territorial da Guarda Nacional Republicana de Leiria, o incêndio obrigou ao corte da EN113, em ambos os sentidos, entre a zona dos Olivais e a Quinta da Sardinha.
O alerta para o fogo em Vale Sumo, na União de Freguesias de Santa Catarina da Serra e Chainça, no concelho de Leiria, foi dado pelas 13h03.
Pelas 15h44, estavam no terreno 129 operacionais, apoiados por 37 viaturas e cinco meios aéreos.
Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro, num contexto de temperaturas elevadas que motivou a declaração da situação de alerta desde 2 de agosto.
Os fogos provocaram dois mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, na maioria sem gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.
Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual deverão chegar, na segunda-feira, dois aviões Fire Boss para reforço do combate aos incêndios.
Segundo dados oficiais provisórios, até 17 de agosto arderam 172 mil hectares no país, mais do que a área ardida em todo o ano de 2024.
“A gravidade da situação exige respostas céleres, eficazes e transparentes. A Assembleia da República deve, por isso, assumir plenamente o seu papel de escrutínio e de construção de soluções, dando voz às populações que, de norte a sul do país, clamam por ação”, defende o partido.
O JPP defendeu também que a “dimensão da tragédia” pode justificar “num futuro muito próximo, a apresentação de uma iniciativa visando a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito destinada a apurar, de forma rigorosa e independente, as causas estruturais desta calamidade e as responsabilidades políticas e institucionais que lhe estão associadas”.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, começa por expressar "consternação" pelo falecimento de um bombeiro da Covilhã. Nesta sequência, reforça a "confiança total" que tem no dispositivo que está no terreno a combater as chamas em "dias e dias de sofrimento", constantemente "sob pressão".
Montenegro fala ainda do "sucesso" que é a atuação dos operacionais nas primeiras ignições, provocando uma libertação de meios para os incêndios de maiores dimensões. E remata: "Estamos em guerra e temos de vencer esta guerra."
O bombeiro da corporação da Covilhã que no domingo ficou ferido com gravidade num acidente de viação quando ia a caminho de um incêndio rural encontra-se estabilizado, informou fonte da Unidade de Saúde Local (ULS) de Coimbra.
“O doente em questão foi operado no domingo [nos Hospitais da Universidade de Coimbra] e está estabilizado”, revelou a fonte.
Uma das situações mais complicadas vive-se na Pampilhosa da Serra. O fogo que começou no concelho de Arganil na quarta-feira, já por ali andou e está esta segunda-feira de volta. Ouvido pela TSF, o presidente da câmara dá conta de que o incêndio está fora de controlo, com várias aldeias afetadas com gravidade.
O pior que se previa aconteceu. Ontem [domingo], durante a tarde, houve alteração de ventos e, portanto, um fogo que estava em vias de domínio está agora completamente descontrolado. Está com várias frentes num território de Serra e extenso.
Jorge Custódio diz que as aldeias ficaram "dizimadas", mas a maioria das pessoas quis ficar "dentro do inferno". Ainda assim, pessoas com mobilidade reduzida e mais idosas foram retiradas.
Ao final da manhã, Marcelo Rebelo de Sousa vai reunir-se em Belém com o presidente da Liga dos Bombeiros. António Nunes acaba de dizer à TSF que
foi um convite que partiu do chefe de Estado e, por isso, aguarda "com tranquilidade" para ouvi-lo.
Os dois aviões Fire Boss cedidos pela Suécia para ajudar no combate aos incêndios rurais vão chegar a Portugal "durante a tarde do dia de hoje" e só então será avaliado quando poderão atuar, esclareceu a Proteção Civil.
"[Os dois aviões] ainda não chegaram, chegam durante a tarde do dia de hoje", informou num balanço às 12h00 o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, Mário Silvestre, acrescentando que nessa altura será feita uma reunião com a equipa que acompanha os Fire Boss para que se perceba quando poderão atuar.
"Dependerá das horas a que eles chegarem e da questão operacional dos próprios pilotos. Teremos de avaliar, à chegada, juntamente com o team leader da equipa que vem com esses Fire Boss, como é que os vamos poder empenhar e o tempo de empenhamento", acrescentou.
Mais de 3700 operacionais combatem incêndios em Portugal. A Autoridade Nacional de Emergência da Proteção Civil, num briefing na sede em Carnaxide, refere que a ocorrência de Piódão, em Arganil, é a mais preocupante e alerta para a "velocidade de propagação muito elevada" que pode "colocar a população em risco".
O comandante Mário Silvestre lamentou ainda a morte de um bombeiro na Covilhã. O país está em estado de prontidão até quarta-feira.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, assistiu ao ponto de situação na primeira fila, para em seguida reunir-se com as autoridades. Espera-se que no final fale aos jornalistas.
O primeiro-ministro vai estar na sede da Proteção Civil esta segunda-feira às 12h00, hora a que costuma acontecer o briefing das autoridades. Ainda não se sabe se Luís Montenegro vai prestar declarações aos jornalistas.
A situação que envolve mais meios continua a ser o fogo que começou na quarta-feira, no Piodão, em Arganil, e que alastrou entretanto a vários outros concelhos. A Câmara da Municipal da Covilhã já ordenou o confinamento de dez aldeias, mas por agora nenhuma delas está em risco iminente.
"As dificuldades traduzem-se na violência da chamas. Nunca tinha visto uma violência tão forte, um incêndio tão descontrolado. É um autêntico inferno. Não há bombeiro e avião que apague uma frente destas", disse à TSF o autarca Vítor Pereira.
Um homem de 60 anos suspeito de atear dois incêndios em área florestal na quarta-feira, em Vila Real, fica obrigado a permanecer em casa com pulseira eletrónica, segundo informação divulgada pelo Ministério Público (MP).
O suspeito foi detido fora de flagrante delito pela Polícia Judiciária (PJ) de Vila Real na quarta-feira e, depois de ter sido presente a primeiro interrogatório judicial, o Tribunal decidiu aplicar-lhe uma medida de coação privativa da liberdade de obrigação de permanência na habitação mediante vigilância eletrónica.
Miguel Gavinhos, vice-presidente da Câmara do Fundão, descreve uma noite de sobressalto com a entrada do fogo na localidade de Silvares. Ouvido pela TSF, conta que "o fogo ameaçou um conjunto de habitações e o parque industrial", tendo sido necessário proceder à retirada de pessoas por precaução.
"Não há nenhuma vítima a lamentar", garante.
Cinco incêndios nos distritos de Bragança, Guarda, Castelo Branco e Viseu mantinham-se às 09h00 desta segunda-feira ativos, sendo o fogo na Covilhã, que começou no Piódão, o que mobilizava mais meios.
"Neste momento mantêm-se ativos cinco incêndios que suscitam necessariamente mais o reforço de meios. Temos o incêndio de Piódão [que está a atingir a Covilhã] com 369 veículos e 1104 operacionais e o de Poiares de Freixo de Espada à Cinta [Bragança] que mobiliza atualmente 115 veículos e 342 operacionais", disse à Lusa o comandante Miguel Oliveira, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
Esta segunda-feira de manhã continuava também ativo o incêndio na aldeia da Serra, no Sabugal, no distrito da Guarda, que estava a ser combatido por 222 operacionais, com o auxilio de 69 veículos.
No concelho de Tarouca, distrito de Viseu, mantinha-se ativo o fogo na localidade de Vilarinho que mobilizava 207 operacionais, com o apoio de 67 veículos e o de Valverde da Gestosa, no concelho de Mirandela (Bragança) com 119 operacionais, e 40 meios terrestres.
Questionado sobre se há aldeias em risco devido aos incêndios, Miguel Oliveira disse não conseguir confirmar essa situação: "A situação dos incêndios é muito volátil e essas informações mais finas serão mais fáceis de obter nos postos de comando."
Quanto ao estado de saúde do bombeiro da Corporação da Covilhã ferido com gravidade no acidente de viação ocorrido naquele concelho com uma viatura operacional, e que causou um morto, Miguel Oliveira disse não ter novos dados.
"Um dos operacionais estava a ser intervencionado cirurgicamente [no domingo à noite], mas não tenho novos dados sobre essa situação", disse.
Para esta segunda-feira há previsão de vento forte no concelho, principalmente a partir das 12h00. Além disso, Miguel Gavinhos avisa que as aeronaves não podem atuar, "porque há um teto de fumo muito grande" e os operacionais no terreno estão exaustos
Durante a madrugada, foi ativado o plano municipal de emergência.
O incêndio em Tarouca começou esta segunda-feira a ceder ao combate, apesar de manter duas frentes ativas que podem entrar em resolução com a entrada de meios aéreos. As condições no terreno têm sido a principal dificuldade, disse o comandante dos bombeiros de Armamar à TSF.
"Neste momento a situação já está muito mais calma. A situação melhorou consideravelmente", disse Nuno Fonseca.
Ainda assim, "o maior problema é a orografia em certas partes do terreno que dificulta o trabalho que está a ser desenvolvido", sublinhou.
De acordo com o site da Proteção Civil, consultado pela TSF às 09h50, o incêndio mobiliza 212 operacionais, apoiados por 67 viaturas e três aeronaves.
O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, acusou o primeiro-ministro de mostrar descoordenação política nesta crise com grande impacto na vida de pessoas e defendeu que é urgente convocar uma reunião da Comissão Nacional de Proteção Civil.
"Convém que o Governo e o primeiro-ministro tenham consciência de que a sua presença nas instâncias próprias, falo neste caso da Comissão Nacional de Proteção Civil, é muito importante para garantir o apoio político aqueles que têm que decidir", disse na TSF, considerando que "tem prevalecido essa ausência".
"O primeiro-ministro tem de estar numa autêntica torre de controlo, para garantir que todas as forças do Estado garantem a resposta às necessidades das comunidades locais", prosseguiu.
O incêndio que começou na madrugada de quarta-feira, em Piódão (Arganil), estendeu-se, depois, aos concelhos de Oliveira do Hospital e Pampilhosa da Serra, também do distrito de Coimbra, bem como a Seia (Guarda) e Covilhã (Castelo Branco).
O fogo tem várias frentes, estando às 08h00 a mobilizar 1104 operacionais, com o apoio de 380 meios terrestres.
Ouvido pela TSF, o presidente da Câmara Municipal de Arganil revelou os danos já conhecido e descreve um "cenário desolador": "Há indicação, mas ainda não confirmada, de duas ou três habitações não permanentes destruídas. (...) Também algumas arrumações agrícolas, que estavam mais isoladas, foram consumidas pelo fogo. (...) Não temos um cálculo exato, mas estimamos que já tenham ardido mais de dez mil hectares."
O secretário-geral do PS lembrou ainda que, depois dos fogos apagados, há medidas de natureza estruturais de médio e longo prazo que estavam na pasta de transição do Governo de António Costa para o executivo de Luís Montenegro. "As medidas ficaram na pasta do Governo. Por exemplo, a reforma da propriedade rústica e é muito oportuno que possa explicar o que foi feito com essa reforma", concluiu.
O Ministério da Admnistração Interna (MAI) lamentou esta segunda-feira, numa nota de pesar, a morte de um bombeiro corpo de Bombeiros da Covilhã, vítima de um acidente a caminho de um incêndio.
"Foi com profundo pesar e consternação que a Ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, o Secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna, Paulo Simões Ribeiro, o Secretário de Estado da Administração Interna, Telmo Correia, e o Secretário de Estado da Proteção Civil, Rui Rocha, tomaram conhecimento do falecimento de um bombeiro do Corpo de Bombeiros da Covilhã, Daniel Bernardo Agrelo, de 44 anos, vítima de um acidente de viação, quando cumpria o seu dever, numa deslocação para o incêndio na localidade de Quinta do Campo, Fundão", refere o Ministério da Administração Interna num comunicado esta segunda-feira divulgado.
Em nome do Governo, o Ministério da Administração Interna dirige, neste momento trágico, uma palavra de solidariedade e sentidas condolências à família, aos amigos, à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Covilhã e a todos os bombeiros.
A ministra da Administração Interna expressa ainda "votos de rápida e plena recuperação" aos quatro bombeiros que ficaram feridos neste "trágico" acidente de viação, que envolveu uma viatura dos Bombeiros.
Mais de 80 de concelhos do interior Norte e Centro e Algarve continuam esta segunda-feira em perigo máximo de incêndio rural, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
De acordo com o IPMA, estão em perigo máximo de incêndio mais de 80 concelhos dos distritos de Braga, Vila Real, Bragança, Guarda, Coimbra, Santarém, Castelo Branco, Portalegre e Faro.
O IPMA colocou também vários concelhos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro, Coimbra, Leiria, Portalegre, Castelo Branco, Santarém. Évora, Beja e Faro em perigo muito elevado.
O presidente do Chega, André Ventura, pediu no domingo a demissão da ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, e anunciou que vai chamar o primeiro-ministro, Luís Montenegro, "com urgência à Assembleia da República"
"O Chega atingiu o seu limite e o Chega vai chamar à Assembleia da República de urgência e vai pedir ao primeiro–ministro que demita a ministra da Administração Interna", disse o líder do Chega no domingo, em declarações à Sic Notícias.
André Ventura considerou que Luís Montenegro "não compreende que não pode ter uma ministra que ignora o que está a acontecer, deixa os autarcas sozinhos e que pode dizer 'vamos embora', marimbando-se para as questões que lhe estão a fazer sobre o sofrimento das pessoas".
É na Comissão Nacional de Proteção Civil que melhor se pode realizar a coordenação de todos os meios e de todos os serviços que dependem de várias as tutelas políticas, tendo em vista responder de forma mais eficaz às necessidades.
Bom dia! Abrimos este liveblog para acompanhar os incêndios no país.
Recorde aqui os desenvolvimentos de domingo.
A Câmara da Covilhã lançou esta segunda-feira um novo alerta às freguesias afetadas pelo incêndio que começou no Piódão, aconselhando a população a ficar em local seguro face à gravidade das frentes de fogo, que já entrou no concelho do Fundão.
"Face à extensão e gravidade da situação que se vive no concelho, a Câmara Municipal da Covilhã vem informar que o incêndio está fora de controlo, estando desenvolver-se numa área muito extensa e a partir de duas frentes (Erada e São Jorge da Beira), pelo que se apela a toda a população para que se proteja", alerta a autarquia na rede social Facebook.
Na nota, o município alerta que perante a "violência e rapidez das chamas, os meios são manifestamente insuficientes para acorrer a todas as necessidades e o dispositivo no terreno terá de ter como prioridade defender pessoas e habitações".
O incêndio que começou na madrugada de quarta-feira, em Piódão (Arganil), estendeu-se, depois, aos concelhos de Oliveira do Hospital e Pampilhosa da Serra, também do distrito de Coimbra, bem como a Seia (Guarda) e Covilhã (Castelo Branco).
