"Tentativa de privatização da Segurança Social." Pedro Nuno diz que "descontos devem financiar sistema público e não o casino"
O líder dos socialistas defende que os descontos de quem trabalha "devem financiar um sistema público de pensões e não devem ser canalizados para o casino, jogos e apostas, fundos de pensão e seguradoras"
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O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, afirmou esta terça-feira que o país tem "sérias razões para estar preocupado" perante a "tentativa de privatização da Segurança Social".
Pedro Nuno Santos reagiu esta terça-feira às declarações da ministra do Trabalho, que assegurou que o Governo não vai tocar em "nenhum direito adquirido" quanto às reformas, remetendo para as conclusões do grupo de trabalho agora lançado qualquer eventual mudança nas reformas antecipadas. Mas o líder dos socialistas rejeita este entendimento.
Sobre a garantia deixada por Rosário Palma Ramalho, garantiu que o Governo "alguma coisa deve querer fazer e o grupo de trabalho será a justificação para o fazer".
"Temos sérias razões para estar preocupados. Não vale a pena a senhora ministra dizer que não há motivos para preocupação, porque há", afirmou.
Insistindo na ideia de que as "preocupações são reais", Pedro Nuno argumentou também que "as pessoas" escolhidas pelo Executivo para liderar a equipa que está a estudar as reformas à Segurança Social "dizem muito daquilo que poderá ser o resultado deste grupo de trabalho".
"Este grupo de trabalho vai ser liderado por alguém que tem posições muito claras sobre a capitalização do sistema da Segurança Social, por oposição a um sistema de repartição que é o nosso", garantiu.
Pedro Nuno Santos revelou assim que continua "muito preocupado" com esta revisão e avisa a ministra de que os "portugueses e o PS vão estar muito atentos a qualquer tentativa do Governo - que não será já a primeira de um Governo de direita e do PSD - de privatizar a Segurança Social".
Indo mais longe, afirma que Jorge Bravo, líder do grupo de trabalho que está a avaliar possíveis reformas no sistema de reformas e pensões, entende "que parte dos descontos" dos contribuintes "devem ir para sistemas de capitalização, provavelmente privados".
"Essa é a orientação ideológica e isso não é irrelevante", destaca.
O líder dos socialistas defende que os descontos de quem trabalha "devem financiar um sistema público de pensões e não devem ser canalizados para o casino, jogos e apostas, fundos de pensão e seguradoras". Um setor para quem Jorge Bravo "foi trabalhando".
Adianta ainda que para "discutir a sustentabilidade da Segurança Social" é preciso seguir o caminho da "diversificação das fontes de rendimento", até porque as novas tecnológicas "colocam desafios", que forçam a necessidade de que este setor não seja "exclusivamente financiado pela força do trabalho".
"Devemos procurar formas diferentes de financiamento", aconselha.