Portugueses na flotilha humanitária: Ferro Rodrigues critica "silêncio" de Aguiar-Branco e declarações "irresponsáveis" de Nuno Melo
Numa mensagem enviada à TSF, Ferro Rodrigues critica o atual presidente da Assembleia da República e o ministro da Defesa. Para o ex-líder socialista, a situação dos portugueses na flotilha humanitária merece um protesto formal junto de Israel por parte do Governo português e da União Europeia
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Ferro Rodrigues considera "incompreensível o silêncio do atual Presidente da Assembleia da República" perante a situação dos portugueses na flotilha humanitária rumo à Faixa de Gaza. Numa mensagem enviada este sábado à TSF, o antigo secretário-geral do PS deixou ainda críticas a Nuno Melo, que classificou como panfletária e irresponsável a participação dos portugueses, sublinhando estar sempre "pelo lado da democracia e da liberdade".
"Tranquilizou-me ouvir o ministro dos negócios estrangeiros, Paulo Rangel, a garantir que o Governo tudo iria fazer para que os portugueses fossem libertados e repatriados o mais depressa possível. Esta declaração foi, porém, logo contrariada pelo ministro da Defesa, Nuno Melo que acusou os ativistas de serem apoiantes de terroristas", disse Ferro Rodrigues.
"A acusação de Nuno Melo, de enorme gravidade e irresponsabilidade, parece ignorar o perigo que os ativistas correm - e que foi bem ilustrado pelo tratamento degradante que o ministro da Segurança Nacional de Israel, Ben-Gvir, lhes deu, filmando-os ajoelhados e chamando-lhes terroristas e apoiantes de assassinos", prosseguiu.
Ferro Rodrigues sublinhou ainda que Mariana Mortágua, através da representação diplomática portuguesa em Israel, enviou uma mensagem à família, na qual se queixa de que ela e os outros ativistas foram mantidos sem comida e água durante 48 horas e estão a ser maltratados.
"São factos que devem merecer a todos os democratas portugueses, que prezem a liberdade de expressão e manifestação, o Estado de direito e os valores humanistas, o mais vivo repúdio", atirou.
Para o também antigo presidente da Assembleia da República, esta situação merece um protesto formal junto de Israel por parte do Governo português e da União Europeia.
"É incompreensível o silêncio do atual Presidente da Assembleia da República perante a situação em que estão os cidadãos nacionais, nomeadamente uma deputada eleita pelos portugueses", concluiu.