Tutti Frutti. Pedro Nuno Santos vê “boa notícia” e considera que “país precisa” de Fernando Medina
O ex-ministro das Finanças foi, durante vários anos, um dos putativos candidatos à sucessão de António Costa
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Com o arquivamento do processo contra Fernando Medina, Pedro Nuno Santos fala numa “boa notícia”, mas lembra que foram precisos oito anos para o Ministério Público deduzir acusações. O secretário-geral do PS lamenta o impacto do processo na vida das pessoas, que acabaram ilibadas, e pede uma reflexão sobre o tempo da justiça.
Os socialistas Fernando Medina e Duarte Cordeiro estiveram envolvidos no processo, o antigo presidente da câmara de Lisboa foi mesmo constituído arguido. Para Pedro Nuno Santos há “uma boa e uma má notícia”.
“Obviamente que as notícias são boas. A notícia má é que as pessoas que tiveram o seu nome na praça pública, tiveram de esperar oito anos pelo arquivamento do processo. Isso, sim, é preocupante e deve-nos fazer pensar. Obviamente que estes processos têm impacto na vida das pessoas e é por isso que os processos têm de ser mais céleres para protegermos a nossa democracia, o nosso Estado de direito democrático”, acrescentou.
Questionado sobre se Fernando Medina e Duarte Cordeiro terão, a partir de agora, “uma nova vida” no PS, Pedro Nuno Santos considera que “em nenhum momento os seus direitos de intervenção política e cidadã estiveram cortados”. O partido está unido, na opinião do secretário-geral, e os dois políticos “continuam na plenitude das possibilidades de intervir politicamente no país”.
Sublinha também que “o país bem precisa deles” - Fernando Medina continua com funções políticas, como deputado na Assembleia da República, mas Duarte Cordeiro afastou-se da vida pública, embora tenha sido lançado, várias vezes, para a presidência da Câmara de Lisboa.
Fernando Medina foi, durante vários anos, um dos putativos candidatos à sucessão de António Costa, embora não tenha avançado para as eleições diretas, em dezembro de 2023, declarando o apoio a José Luís Carneiro.
Pedro Nuno Santos aponta dedo a Ana Paula Martins
Pedro Nuno Santos falava aos jornalistas depois de uma visita à ala pediátrica do Instituto Português de Oncologia de Lisboa, e voltou a pedir ao Governo que explique o tempo de espera para cirurgias oncológicas. Lamentou ainda a “situação de instabilidade” no Hospital Amadora Sintra, depois da demissão do diretor de serviço de urgência.
O socialista considera que o Governo não tem dado respostas eficazes para resolver os problemas no Serviço Nacional de Saúde, apontando o dedo à ministra Ana Paula Martins, que tem recebido “apelos desesperados” pela instabilidade num hospital que serve “milhares de pessoas”.
“Não só tivemos a admissão do diretor do Serviço de Urgência, como temos os médicos internos a queixarem-se das condições de trabalho, o bastonário da Ordem dos Médicos a fazer um apelo desesperado à ministra da Saúde, equipas que estão a funcionar com um número de pessoas abaixo daquilo que é o adequado. Temos, portanto, uma situação de absoluta instabilidade num hospital que serve meio milhão de pessoas e esta situação no Amadora Sintra não tem tido até agora resposta eficaz, forte, determinada do Ministério da Saúde e do Governo”, critica.