“Portugueses, deem-nos gasolina!” Estreia das linces em Europeus tem a capitã “sem medo” e “gestora de emoções”
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A seleção nacional feminina de basquetebol já está na Chéquia, para participar pela primeira vez no Europeu de basquetebol. É o sonho pintado de vermelho e verde. Antes de partirem, a TSF falou com algumas das jogadoras e revela, até ao dia do primeiro jogo, os pedidos, os rituais e as expetativas das linces. A primeira é Sofia da Silva, a capitã, a “gestora de emoções” de uma seleção “ansiosa” por viver o sonho. “Sem medo de ninguém”, promete um Europeu surpreendente e pede aos portugueses: “Deem-nos gasolina!”
O “sonho” começa ainda em fevereiro deste ano: Portugal vence a Ucrânia e impõe a única derrota nos jogos de apuramento à Sérvia, apurando-se pela primeira vez para o Campeonato da Europa feminino, que arranca esta quarta-feira, na Chéquia. Sofia da Silva começa por confessar que “há muito” que as linces esperavam por este momento.
No balneário há uma grande “felicidade”, mas instala-se “alguma ansiedade” por medo do desconhecido: “Alcançar uma qualificação para o Europeu é outro nível.” Ainda assim, Sofia da Silva, enquanto capitã, reconhece que a preparação “tem corrido bem” e não tem dúvidas de que Portugal está à altura do desafio.
Além da braçadeira, a internacional portuguesa é aos 34 anos uma das grandes referências no basquetebol nacional. A vasta experiência permite-lhe dar “maturidade” e “tranquilidade” às atletas, ou ser, como diz, “uma gestora de emoções e sentimentos”.
Temos de estar tranquilas e confiar no nosso trabalho diário. (...) É importante passar essa tranquilidade e maturidade porque temos atletas muito jovens que não estão habituadas a estar nestes momentos de alta tensão. É importante desfrutar do caminho. Eu não sou a típica capitã calma, às vezes também fico tensa, mas tento não passar esses nervos para fora.
Portugal joga no grupo C do Women’s EuroBasket 2025 com a Bélgica, atual campeã europeia, a Chéquia, equipa anfitriã, e com Montenegro, 19.ª no ranking. Sofia da Silva sabe que as portuguesas não são as favoritas, mas espera “respeito” e lembra: “As equipas que no papel são melhores do que nós vão ter de demonstrar em campo também.”
A capitã apresenta as linces: uma personalidade forte, reflexo daquilo que considera serem os valores de Portugal. São “unidas”, “boas miúdas” e em campo atuam como “irmãs” prontas para se ajudarem mutuamente, conta à TSF.
A Bélgica tem um perímetro muito forte, são uma equipa muito forte, (...) mas isso é tudo palmarés. Nós temos jogadoras que não têm medo de ninguém. As equipas que no papel são melhores do que nós vão ter de demonstrar em campo também.
A prestação da seleção feminina de basquetebol não depende, no entanto, só das jogadoras. O apoio dos portugueses é importante e, “felizmente”, há muitos que vão estar na Chéquia a assistir à competição. Para aqueles que não conseguiram entrar de forma direta no avião com as linces, Sofia da Silva apela: “Apoiem-nos, vejam-nos na televisão, sigam-nos na televisão e façam sentir a vossa presença. Estamos a representar uma nação inteira. Dêem-nos essa gasolina!”