Provas digitais: Fenprof perspetiva "caos generalizado", diretores de escolas garantem que ensaio "correu muito bem"
Em declarações à TSF, o secretário-geral adjunto da Fenprof denuncia vários problemas de conectividade durante o dia em que se realizam as provas-ensaio para testar o formato digital. Já os diretos de várias escolas garantem que os exames decorreram de forma "tranquila" e notam que o feedback dos alunos é positivo
Corpo do artigo
A Fenprof garante que estão a haver problemas nas provas-ensaio do 4.º, 6.º e 9.º anos para testar o formato digital e confessa sentir "algum pânico" perante esta situação. Mas vários diretores de escolas consideram que a experiência desta segunda-feira "correu muitíssimo bem".
A partir desta segunda-feira, os alunos do 4.º, 6.º e 9.º anos vão realizar provas-ensaio para testar o formato digital e identificar eventuais falhas antes das provas finais de 3.º ciclo e das provas Monitorização da Aprendizagem (ModA) em maio e junho.
O secretário-geral adjunto da Federação Nacional dos Professores, que tem uma greve agendada para esta segunda-feira, destaca os problemas informáticos que têm surgido ao longo do dia.
Em declarações à TSF, José Feliciano Costa afirma que os alunos se viram obrigados a "mudar de uma sala para a outra" por existir um "conjunto significativo de computadores que já vêm bloqueado". Além disso, revela que a maior parte dos auscultadores não está a funcionar de forma adequada, um grande entrave para a realização das provas, já que o programa não permite que os estudantes possam "voltar atrás" para tentar ouvir.
"Há muitas salas que não têm routers e isso implica também, mais uma vez, uma mudança de sala. Em cada sala está um staff, que inclui elementos da direção e professores de informática, a tentar resolver ali os problemas. Agora imagine quando isto for em simultâneo, onde, dentro da sala de aula, estão os alunos e está o professor", alerta.
O dirigente da Fenprof fala mesmo num "sentimento de algum pânico" e antevê o pior cenário para junho: "O que se perspetiva é um caos generalizado e esta amostra é bem elucidativa do que poderá vir a acontecer."
Em Coimbra, o diretor da EB 2,3 António Courceiro fala numa experiência completamente diferente.
"Correu tudo muito bem, sem problemas nenhuns de conectividade. Não houve stress rigorosamente nenhum. Para provas-ensaio foi um excelente ensaio para a prova grande", conta António Courceiro.
O diretor adianta que os routers, que estavam distribuídos pelas salas em grande número, "funcionaram muito bem". O feedback dos alunos, no final das provas, também foi exemplo disso mesmo.
António Courceiro explica, por isso, que este ensaio foi "preparado atempadamente".
"Na sexta-feira, verificarmos os computadores das crianças e os auscultadores: estava tudo a funcionar", nota.
Em Viana do Castelo, Rute Silva, diretora do Agrupamento de Escolas de Monserrate, relata uma vivência idêntica.
"Não tivemos nenhum aluno que tivesse faltado, não tivemos problemas com a Internet. As provas de português e português língua não materna estavam destinadas àqueles alunos e, portanto, os alunos acederam com os códigos que tinham. Correu tudo muitíssimo bem, muito tranquilo", salienta.
Neste agrupamento, as provas "terminam dentro do tempo que estava estipulado" e os alunos "saíram muito tranquilos". Ainda assim, recorreram à presença de um técnico informático, caso "surgisse alguma situação".