Sobrelotação ou 65%? Autarca do Seixal e Fertagus têm números diferentes sobre taxa de ocupação dos comboios
A concessionária diz que "a média de ocupação em hora de ponta, entre as 07h00 e as 09h00, é de apenas 65%, quando os comboios vão completamente superlotados e depois acontecem situações, em que passageiros têm de ser assistidos pelo INEM", conta Paulo Silva à TSF
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O presidente da Câmara Municipal do Seixal assegurou, em declarações à TSF, que os números apresentados pela Fertagus sobre a taxa de ocupação dos comboios que ligam Setúbal a Lisboa não correspondem à realidade.
Paulo Silva esteve esta terça-feira reunido com a administração da concessionária da ferrovia da margem sul, onde a empresa liderada por Ana Cristina Dourado reconheceu que precisa de "mais material circulante para conseguir aumentar a oferta em algumas horas de ponta". Foi isso mesmo que revelou à TSF o presidente do município do Seixal.
"Apresentou alguns números que, no nosso entender, não correspondem aos dados que nós temos, nomeadamente a média de ocupação dos comboios em hora de ponta, entre as 07h00 e as 09h00, é de apenas 65%, quando vemos que os comboios vão completamente superlotados e depois acontecem situações como as que aconteceram ontem [terça-feira], em que houve passageiros a sentirem-se mal e a terem de ser assistidos pelo INEM."
Sobre o prazo para a entrega dos comboios, a Fertagus afirmou que não sabe quando vão chegar: "Quando se começou a fazer a linha de Setúbal, o prometido eram mais 20 carruagens para poder fazer essa linha e que, até ao momento, não lhe foram entregues pelo que o material que tinha para fazer de Coina para Lisboa está agora a ser utilizado até Setúbal, o que provoca uma diminuição da oferta."
Para Paulo Silva, a "degradação do serviço" prestado pela Fertagus mostra que aquele mesmo serviço "deve ser público". Dá como exemplo a Carris Metropolitana, "que está a ter excelentes resultados".
Questionado pela TSF se vai apresentar esta questão na reunião de sexta-feira do Conselho de Estado de Lisboa com o ministro das Infraestruturas, o autarca garantiu que "sim". Já se já discutiu esta questão com os homólogos da área metropolitana, referiu que "não".
