Francisco foi o primeiro Papa jesuíta, mas "deu tanto trabalho que a Igreja vai querer descansar um bocadinho"
Em declarações à TSF, Nuno Miguel de Almeida, líder da Companhia de Jesus em Portugal, defende que Francisco criou um "estilo novo de Igreja", que "acolhe" todos e não tem portas
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O líder da Companhia de Jesus em Portugal lembra que Francisco foi o primeiro Papa jesuíta, mas o seu estilo irrepetível deu "tanto trabalho" que a Igreja Católica "vai querer descansar um bocadinho".
Em declarações à TSF, o padre Nuno Miguel Almeida fala num "estilo novo de Igreja", que "acolhe" e não tem portas. Uma marca deixada por Francisco, que é "tão forte" que vai ser "difícil voltar atrás". O chefe da Igreja Católica deixa exemplos disso mesmo em mil gestos nunca antes vistos e que fazem dele um homem irrepetível, também na forma como assumia as fragilidades. Como ele, diz o líder da Companhia de Jesus em Portugal, não haverá tão cedo outro em Roma.
"Já cá estamos há 500 anos. Nunca houve um Papa jesuíta, a não ser o papa Francisco. Estou convencido de que, com o trabalho que este deu e com tantos abanões que deu, a Igreja [Católica] vai querer descansar um bocadinho e não vai ter outro."
Francisco foi de resto um Papa "amado" pelo povo pelo esforço que fazia para que fosse facilmente compreendido. Os documentos emitidos pelo chefe da Igreja Católica eram feitos numa linguagem acessível, partindo sempre dos problemas atuais da sociedade. Outra das virtudes de Francisco era "não ter medo de não ter a certeza absoluta".