Estado do SNS: PS fala em "falhanço", Chega considera que Saúde vive "momento explosivo"
Luís Montenegro, Ana Paula Martins e Marcelo Rebelo de Sousa vão ao hospital de Santa Maria, em Lisboa, na quinta-feira. É uma informação confirmada à TSF pelo Ministério da Saúde
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O PS e o Chega exigem explicações ao Governo. Em declarações à TSF, o socialista João Paulo Correia sublinha que o estado em que se encontra o Serviço Nacional de Saúde "acaba por ser a confissão do falhanço do Plano de Emergência da Saúde, que o Governo prometeu ao país e aos portugueses que iria ser um sucesso".
"Aliás, o Serviço Nacional de Saúde hoje está nas mãos de uma Direção Executiva e de um plano de emergência impostos pelo atual Governo. Foram escolhas muito polémicas, muito controversas. Recordo que quando a senhora ministra da Saúde forçou a saída da anterior Direção Executiva de Fernando Araújo, o Partido Socialista veio alertar para a instabilidade que isto iria causar no Serviço Nacional de Saúde", aponta ainda.
Considera ainda "lamentável" que o Executivo não venha a público abordar este tema: "Fala o líder parlamentar do PSD, mas não fala o Governo. A senhora ministra continua em silêncio e o senhor primeiro-ministro não dá explicações ao país. Estamos a falar da principal bandeira eleitoral da AD [Aliança Democrata] e de Luís Montenegro", remata.
O líder parlamentar do PSD desafiou esta terça-feira o PS a "meter a mão na consciência" e a aceitar que é preciso unidade para recuperar o Serviço Nacional de Saúde do "colapso que resultou dos últimos oito anos" de governação.
Sabe-se que Luís Montenegro, Ana Paula Martins e Marcelo Rebelo de Sousa vão ao hospital de Santa Maria, em Lisboa, na quinta-feira. É uma informação confirmada à TSF pelo Ministério da Saúde
"O que está mal não é só injetar dinheiro, isso já o PS fazia, é mesmo a reorganização dos serviços médicos", diz André Ventura
O presidente do Chega considerou esta terça-feira que o plano do Governo para a saúde falhou e que o setor atravessa um momento explosivo com notícias perturbadoras do funcionamento do sistema.
"O que temos na Saúde é explosivo. Não houve reorganização dos serviços, não houve acordos com os profissionais que os satisfaçam e estamos com uma afluência turística grande a juntar à afluência de imigrantes", sustentou André Ventura, em declarações aos jornalistas no início de uma visita ao mercado do Livramento, em Setúbal.
"Todos os dias tivemos notícias perturbadoras do funcionamento do sistema de saúde, desde grávidas a quem é negada assistência nas Caldas da Rainha a pessoas que esperam horas e horas nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto. É momento para dizer que este plano falhou", apontou.
André Ventura considerou que o Governo "tem de ter a humildade de, num tema tão importante como este, voltar a olhar para situação e ver o que está mal".
"O que está mal não é só injetar dinheiro, isso já o PS fazia, é mesmo a reorganização dos serviços médicos", sustentou o presidente do Chega exortando o primeiro-ministro e a ministra da Saúde a interromperem férias, se for caso disso, para olharem para o que se está a passar nas urgências em Portugal.
O presidente do Chega alegou que "as pessoas estão novamente muito inquietas sobre o funcionamento da saúde como estavam há um ano" e que o atual Governo "nada mudou nesta matéria".
André Ventura advogou uma descentralização dos serviços, com escalas de funcionamento apropriadas e com boa comunicação. "Os serviços funcionarão melhor em todos os distritos se as pessoas souberem onde se dirigir e não andarem tontamente à procura de um serviço aberto à uma ou duas da manhã. Precisamos de descentralizar, pagar melhor e reorganizar os serviços com melhor comunicação", disse.
Segundo informação publicada no Portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS), estão esta terça-feira encerrados quatro serviços de urgência de Ginecologia/Obstetrícia em Lisboa e Vale do Tejo (hospitais Santa Maria, em Lisboa, de Setúbal e Almada) e Hospital de Santo André em Leiria.

