Em nome da “estabilidade”: Martim Mayer decidiu mudar de diretor-geral e quer ter Mourinho e Mário Branco
O candidato revela que decidiu alterar os planos que tinha para a estrutura do futebol depois da chegada de José Mourinho. Martim Mayer propõe um diretor “estrangeiro” que vai trabalhar com o atual treinador e com o diretor-desportivo Mário Branco. O empresário explica na TSF como quer aumentar as receitas do Benfica
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Martim Mayer decidiu mudar o nome do diretor-geral - com o qual, garante, já tinha um acordo - que vai anunciar depois de ver José Mourinho na pele de novo treinador do Benfica. O empresário e candidato às eleições das águias garante na TSF que dá prioridade à estabilidade do futebol e do futebol do Benfica. Neste sentido, Martim Mayer anuncia que Mário Branco vai continuar como diretor desportivo, caso seja eleito novo presidente do clube.
“Tive de ajustar a pessoa que iria trazer para o Benfica. Uma coisa é trazer um diretor-geral para trabalhar com Bruno Lage. Outra coisa é trazer um diretor para trabalhar com José Mourinho, são pessoas muito diferentes”, explica Martim Mayer.
Apesar de já ter um “acordo” com um diretor-geral “estrangeiro e campeão europeu”, Martim Mayer admite que esse acordo fica sem efeito. Para a posição de diretor-geral, assume que tem alternativas, compatíveis com o novo treinador do Benfica, José Mourinho, porque dá prioridade à “estabilidade” que, diz, se “sobrepõe aos argumentos eleitoralistas” de “outros candidatos”.
“Tinha alguém que já foi campeão europeu, mas de personalidade demasiado vincada para trabalhar com José Mourinho. Mas [o futuro diretor-geral] será alguém que vem de fora. Quando existem interações que duram há muito tempo, as estruturas criam vícios. Nada como existir alguém que não tenha relacionamentos para olhar para a estrutura e romper com os vícios. O Benfica teve durante 25 anos com a mesma estrutura, sem uma rutura. Nós temos de virar a página, temos de ter algo fresco para o futuro e, por isso, nada como um diretor-geral estrangeiro”, que será também “europeu”.
Já sobre Mário Branco, o diretor desportivo contratado por Rui Costa, com relação próxima com José Mourinho, Martim Mayer garante “conta com ele”. Mais uma vez, “em nome da estabilidade”.
Aumentar a receita
Martim Mayer acredita que o potencial do Benfica fora de Portugal está ainda por explorar. No projecto a que chama “Benfica Global” propõe criar fontes de receita para atenuar os prejuízos da SAD - sem contabilizar a venda do passe de jogadores, que quer reduzir.
“Benfica tem mais de 20 milhões de adeptos [em todo o mundo] Vamos começar por abrir uma operação em Moçambique onde vamos criar uma fanzone para a transmissão dos jogos do Benfica, com uma parceria com empresas de primeira grandeza do país [Moçambique]. Vamos lançar o cartão de sócio Benfica Moçambique, algo que terá uma quota mensal entre um e dois dólares. Contamos que, a partir do segundo ano, quer em Maputo [Moçambique], quer em Luanda [Angola] existam estes parques de transmissão dos jogos do Benfica. Queremos que esta seja uma operação capaz de entregar ao Benfica, limpinho, todos os anos, 15 milhões de euros de cada um destes países portanto de ir ao mais 30 milhões de euros”.
Em Lisboa, Martim Mayer propõe ampliar o estádio da Luz, “aumentado em 15 mil lugares” a capacidade máxima, “com uma amortização a 10 de anos e num projeto 100% financiável” que não mexa com as contas do Benfica. Com este projeto, o candidato sugere que as receitas do Benfica vão crescer 15 milhões de euros por temporada.
Estas são algumas das receitas esperadas por Martim Mayer. A estes planos junta uma gestão diferente para o que existe dentro da SAD. “O Benfica tem 162 milhões de euros de custos anuais”, defende a eficiência, “sem despedir ninguém” para reduzir custos em “30 milhões de euros”.
O Benfica no feminino e o novo estádio no Seixal
Martim Mayer defende que a equipa feminina de futebol do Benfica deve lutar nos próximos anos pelo título europeu e acredita que para que isso aconteça “os números que estão em causa não são muito relevantes para o orçamento do Benfica”.
O candidato defende a reforma do centro de treinos do Seixal - Benfica Campus -, mas também a criação de um novo estádio no local, capaz de albergar os jogos da equipa feminina, um segundo estádio principal para o Seixal, de capacidade superior ao espaço que ali existe atualmente. “O Seixal vai ser o inferno da Luz no futebol feminino”.
Na mesma linha, Martim Mayer defende a necessidade de criar um espaço para as modalidades (Campus das Modalidades), terreno comum, a localizar na zona de Lisboa, por acordo “com algum dos municípios próximos”.