"Situação de grande perigosidade." Mais de cem pessoas retiradas da Fajã das Galinhas vão ser realojadas
As casas não foram atingidas, mas devido à falta de condições de acessibilidade as 36 famílias vão morar numa "zona mais confortável da freguesia"
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Mais de uma centena de pessoas não vão poder regressar a casa após o incêndio na Madeira. Miguel Albuquerque revelou, esta manhã, em conferência de imprensa, que os habitantes que deixaram a Fajã das Galinhas, em Câmara de Lobos, nos primeiros dias do fogo, vão ser realojadas definitivamente em outro local.
"A situação da Fajã das Galinhas é uma situação de grande perigosidade, já não é de agora e penso que estamos em condições para encontrar uma solução definitiva para essas famílias. São cerca de 36 famílias, o levantamento está a ser feito. Nós queremos, no fundo, fazer o realojamento das famílias numa zona mais confortável da freguesia onde não estejam sujeitas àquela acessibilidade periclitante. Iremos, neste momento, encontrar, em consonância com o trabalho que está a ser feito com o senhor presidente da Câmara, no sentido de encontrarmos realojamento provisório para essas famílias e depois o realojamento definitivo dessas famílias num local mais adequado", afirmou o presidente do Governo Regional da Madeira.
Após as declarações de Miguel Albuquerque, o autarca de Câmara de Lobos explicou, em declarações à TSF, que, depois do incêndio, a Fajã das Galinhas não tem condições de segurança, o que obriga a realojar 129 pessoas.
"O fogo afetou o acesso viário, o único acesso a esse pequeno povoado, que fica isolado numa encosta bastante íngreme, um único acesso para chegar a essa pequena comunidade que tem cerca de 36 famílias a residir - 129 pessoas - e a escarpa que percorre toda a extensão da estrada oferece muita instabilidade. Já caíram materiais rochosos e árvores e nas próximas semanas não conseguimos de todo garantir a segurança da circulação viária naquela via", explicou à TSF Leonel Silva, esclarecendo que, apesar de a zona não oferecer segurança, as casas estão intactas.
"Nenhuma casa foi afetada, os fogos não se aproximaram na zona residencial, só que aquelas casas não poderão voltar a ser habitadas porque será sempre um problema cíclico, nunca conseguiríamos sair deste processo. Temos, entretanto, também sinalizados cerca de 200 animais, a nossa intenção é ver se lá para terça ou quarta-feira, conseguimos já iniciar o processo de retirada", sublinha.
Esta era uma situação já conhecida e que o fogo veio acelerar. Para já, as pessoas que saíram da Fajã das Galinhas estão em alojamentos provisórios.
"Quarenta e uma pessoas estão albergadas num centro comunitário municipal e cerca de 80 estão em casas de famílias. Estamos num processo de realojamento provisório das pessoas em moradias, apartamentos, espaços residenciais que possamos autonomizar cada uma das famílias nesses espaços. Precisamos de cerca de um ano e meio de alojamentos provisórios para colocar essas famílias, porque vamos iniciar agora em setembro um processo que já vínhamos a tratar já há algum tempo, portanto, esta situação já estava sinalizada anteriormente, este fogo simplesmente o que veio fazer foi acelerar o processo", acrescenta.