Elevador da Glória: manutenção mensal feita dois dias antes do acidente conclui que cabo de equilíbrio funcionava sem anomalias

Patrícia de Melo Moreira/AFP
Além da lubrificação com óleo do cabo que ligava as duas cabines do elevador, foi também verificado o funcionamento do mesmo, sendo que não foi detetada qualquer anomalia. No relatório, está escrito que, em caso de "ruído, empenos visíveis, parafusos ou porcas desapertados", é preciso para a atividade e corrigir
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O relatório da última manutenção mensal feita ao elevador da Glória, realizada a 1 de setembro, apenas dois dias antes do acidente que matou 16 pessoas, revela que o cabo de equilíbrio foi lubrificado nesse dia, não havendo registo de qualquer problema no seu funcionamento.
O documento, relevado esta terça-feira pela Carris, dá conta dos procedimentos realizados nesse dia pela Mntc - Serviços Técnicos de Engenharia, a empresa contratada pela Carris para garantir a manutenção do ascensor.
Além da lubrificação com óleo do cabo que ligava as duas cabines do elevador, foi também verificado o funcionamento do mesmo, sendo que não foi detetada qualquer anomalia. No relatório, está escrito que, em caso de "ruído, empenos visíveis, parafusos ou porcas desapertados", é preciso para a atividade e corrigir.
Foi igualmente realizado um teste elétrico de funcionamento da roda volante a bomba submersível, sendo que, se fossem detetados problemas, a Carris teria de ser informada.
A manutenção mensal, que durou pouco mais de duas horas, conclui, então, que o elevador da Glória tinha todas as condições para funcionar.
No sábado, a primeira informação divulgada pelo gabinete de prevenção e investigação de acidentes com aeronaves e acidentes ferroviários revelou que foi precisamente esse cabo de equilíbrio entre as duas cabines que cedeu no ponto de fixação com a cabine que descarrilou, indo embater na parede de um dos edifícios da calçada da Glória.
