Israel só liberta palestinianos após confirmar regresso de todos os reféns e não vai estar presente na "cimeira de paz"
A cimeira, em que também não estará presente o Hamas, tem como objetivo "pôr fim à guerra na Faixa de Gaza, reforçar os esforços para instaurar a paz e a estabilidade no Médio Oriente e abrir uma nova página de segurança e estabilidade na região
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Israel só libertará os detidos palestinianos após confirmação que todos os reféns israelitas, vivos ou mortos, foram devolvidos, adiantou este domingo uma porta-voz do primeiro-ministro israelita.
"Os prisioneiros palestinianos [cuja libertação está prevista no âmbito da troca com os reféns] serão libertados assim que Israel obtenha confirmação de que todos os reféns que devem ser libertados na segunda-feira passaram a fronteira israelita", disse Shosh Bedrosian, numa conferência de imprensa 'online'.
No decurso da última trégua, a confirmação da identidade dos reféns mortos só foi obtida depois de uma autópsia no Instituto de Medicina Legal Israelita.
Na mesma conferência de imprensa, a porta-voz afirmou que se prevê que o processo de entrega de reféns comece na segunda-feira de manhã cedo, mas acrescentou que se o Hamas estiver pronto para isso, Israel está disponível para adiantar o processo em algumas horas.
De acordo com os procedimentos previstos, os reféns serão entregues à Cruz Vermelha, que os entregará, por sua vez, ao exército israelita, em zonas de Gaza controladas pelas forças de Israel, e só depois serão levados para a base militar de Reim, já em solo israelita. Na base serão alvo de uma primeira avaliação médica e poderão encontrar-se com as suas famílias, antes de serem transferidos para um hospital.
Bedrosian detalhou que dez reféns serão transferidos para o hospital Sheba, cinco para Beilinson e outros cinco para Ichilov, todos próximos da capital Telavive.
A porta-voz não esclareceu se a entrega dos reféns mortos será simultânea à dos vivos ou acontecerá apenas depois, mas adiantou que os restos mortais serão entregues às tropas em Gaza e ainda ali será realizada uma breve cerimónia com orações judaicas. Os corpos serão transportados em caixões cobertos com a bandeira de Israel e transportados para o Instituto de Medicina Legal Abu Kabir em Telavive, onde terá início o processo de identificação dos cadáveres e notificação às famílias para que possam realizar os funerais.
Israel não vai estar presente no Egito
Israel não estará representado na "cimeira de paz" que vai decorrer na segunda-feira em Sharm el-Sheikh, no Egito, para formalizar o cessar-fogo entre Israel e o grupo islamita Hamas. "Nenhum responsável israelita participará", sublinhou ainda a porta-voz de Benjamin Netanyahu.
Os presidentes do Egito e dos Estados Unidos vão fazer uma "cimeira da paz" na segunda-feira na cidade egípcia de Sharm el-Sheikh, com a presença de líderes de 20 países, foi anunciado no sábado.
A presidência egípcia, liderada por Abdel Fattah al-Sissi, anunciou que esta cimeira tem como objetivo "pôr fim à guerra na Faixa de Gaza, reforçar os esforços para instaurar a paz e a estabilidade no Médio Oriente e abrir uma nova página de segurança e estabilidade na região".
O anúncio desta cimeira, em que o Hamas também não participará, aconteceu no segundo dia de um cessar-fogo entre Israel e o movimento radical palestiniano Hamas.
O acordo, que constitui a primeira fase do plano de paz de Donald Trump para Gaza, inclui uma trégua, que vigora desde sexta-feira, bem como a libertação de todos os reféns israelitas nas mãos do Hamas (48, de que apenas 20 estarão vivos) em troca da libertação, por Israel, de 1.950 palestinianos e da entrada de mais ajuda humanitária no enclave.
O acordo prevê também uma retirada das de tropas israelitas da Faixa de Gaza.
