"Normalidade" nas Lajes, "desagrado" de Trump e Putin ocupado com "problema ucraniano": as repercussões da guerra no Médio Oriente
No Fórum TSF, a investigadora Diana Soller não acredita que a "aliada" Rússia assuma um apoio armado ao Irão, devido às negociações de paz na Ucrânia: "Muito dificilmente será muito mais do que palmadinhas nas costas." Já Pinto Ramalho avisa que os consumidores vão sofrer no bolso as retaliações "indiretas"
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Com o ataque dos Estados Unidos, a guerra no Médio Oriente ganhou novos capítulos — e nem Portugal escapou. "Está dentro da normalidade" a utilização das Lajes por parte dos norte-americanos, o Ocidente vai sofrer no bolso as retaliações "indiretas" e Putin "dará palmadinhas nas costas" ao Irão, mas não mais do que isso. Assim foi o Fórum TSF desta segunda-feira.
Em relação à utilização pela aviação norte-americana da Base das Lajes, o general Pinto Ramalho, presidente do Grupo de Reflexão Estratégica Independente, afirmou, no Fórum TSF, que esta manobra "está dentro da normalidade" e respeita as regras do acordo entre os Estados Unidos e Portugal. "O Governo entendeu dar autorização, portanto nada há a acrescentar a esse processo", considerou.
Após os EUA atacarem, na madrugada de domingo, três instalações nucleares iranianas, o general Pinto Ramalho considera que o país do Médio Oriente não tem necessariamente de retaliar contra o território liderado por Trump.
Agora, "não se pode colocar de parte as ações assimétricas e indiretas", como o eventual bloqueio do Estreito de Ormuz e "a perturbação dos mercados", o que irá prejudicar sobretudo os "interesses ocidentais".
Há uma coisa que o Irão já conseguiu e que não é certamente do agrado do Presidente Trump: o aumento do preço dos combustíveis e do petróleo e certamente a contribuição para o aumento da inflação.
Por sua vez, Diana Soller, investigadora do Instituto Português de Relações Internacionais, sublinhou que o apoio da Rússia ao Irão "muito dificilmente será muito mais do que palmadinhas nas costas", ou seja, dizer "que são aliados" e que "está disposto a mediar um processo de paz entre o Irão e Israel".
Putin "tem o seu problema ucraniano" e "beneficia" se não der armas para a guerra no Médio Oriente, até porque os EUA têm estado na mesa das negociações, justificou a especialista.

